Colunista

Como você se sentiria vendo seu filho sendo crucificado?

Perguntamos para algumas mães que trabalham na MI qual seria a reação delas ao ver um filho ser martirizado.

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Escrito por Clara Marques

05 ABR 2023 - 10H17 (Atualizada em 21 JUN 2023 - 14H36)

Pílulas Litúrgicas

O “Sim” de Maria foi essencial para a salvação do mundo. O nascimento de Cristo foi o maior presente de Deus para nós, assim como a morte Dele para a salvação do mundo. Nessa ocasião, ao lado de Jesus estava Maria que, apesar de sua esperança, fé e dedicação a Deus, sofria em silêncio.

Por isso, convido você a refletir o caminho da Paixão sob a perspectiva de uma mãe: você teria permitido o sofrimento de seus filhos? Como se sentiriam no lugar de Nossa Senhora?

Perguntamos para algumas mães que trabalham na Milícia da Imaculada, qual seria a reação delas ao ver um filho sofrendo assim como Maria assistiu ao sofrimento de Jesus:

“Eu ficaria sem chão. Ver um filho indo [para sofrer] é uma das maiores dores que Maria passou.” respondeu Maria do Socorro, que é colaboradora da nossa Central de Atendimento da MI, em São Bernardo do Campo (SP), “nenhuma mãe, na face da terra, pode ter sentido dor maior do que a de Maria. Mas se pondo no lugar Dela, talvez a gente possa compreender o tamanho do amor que Ela tinha por Deus.”

A compreensão diante da Vontade de Deus é uma linha tênue entre a rejeição e a aceitação, pois presenciar a dor de um filho é algo que comove no íntimo de toda mãe que ama os seus filhos. Leia MaisAs celebrações da Semana SantaViver e praticar a féIde anunciarPsicoração: Grupo de Estudos de Desenvolvimento Humano na MI

“Nossa Senhora estava em uma posição de aceitar a Vontade de Deus, Ela foi fiel mesmo que aquilo transpasse a alma Dela.” justifica Thalyta, que trabalha no setor de Recursos Humanos da MI. “Hoje, na minha humanidade, eu não consigo imaginar. Eu teria que ter um momento muito íntimo com Deus, então, sim, eu aceitaria. Mas é difícil falar: ‘eis aqui o meu filho.’.

Maria soube desde o começo que sofreria por conta de Jesus Cristo. Ao receber a bênção de Simeão, ele profetizou: "E uma espada transpassará a tua alma” (Lc 2,35). Ainda assim, Ela esteve presente durante todo o caminho do Calvário, sem interferir ou protestar, sem abandonar Jesus.

“Para uma mãe, é sempre muito difícil dizer que você permitiria o sofrimento de um filho.” declara Daiane, que faz parte do setor de Análise de Sistemas na MI. “Dizer que eu permitiria o sofrimento da Giovana (sua filha), se eu pudesse evitar com certeza eu não permitiria. Mas se ela estivesse sofrendo, eu acreditaria sempre que Deus tem um propósito para aquele sofrimento e o que eu pudesse fazer para ajudá-la a superar esse momento, eu faria. Assim como Maria fez por Jesus, Ela não interferiu no sofrimento Dele, mas esteve ao Seu lado durante todos os momentos difíceis.”

Aline, que trabalha no mesmo setor disse quase não conseguiu imaginar como seria:

“Eu não aguentaria. Eu morreria junto ou faria o máximo para que eles [meus filhos] não morressem, porque eu não ia aguentar. Eu como mãe, não aguentaria a dor que Maria sentiu.” Declarou. “A gente tem que confiar em Deus, eu ia deixar, mas não aceitar. Porque acho que é uma dor sem fim para uma mãe perder o filho. Acho que [eu] ficaria destroçada por dentro.”.

A maternidade é um sentimento que se constrói desde o princípio da gravidez, até mesmo depois do parto; e, mesmo com o passar do tempo, ainda é nítido a brusquidão de preferir tomar o lugar do filho do que consentir com um possível sofrimento.

“Maria disse ‘Sim’ para todos nós, eu acredito que exista um pedaço de Nossa Senhora em cada mulher, mas eu não sei se seria capaz de ver o que Ela viu e passar pelo o que Ela passou.” disse Vivian, que trabalha no Setor Financeiro. Seus olhos enchem d’água e sua voz fica embargada só de pensar em entregar seu filho ao martírio.

Assim como a dor de Maria, sua fé também é incontestável. Ela recebeu o corpo do Filho em seus braços e O viu ser sepultado, e, mesmo depois de ter presenciado o sacrifício de Jesus, Ela permaneceu fiel e certa de que Ele venceria a morte. É essa confiança inabalável que inspira tantos corações e faz com que ela receba o título de Mãe da Humanidade.

Desde o seu “Sim”, Nossa Senhora foi forte e teve muita fé. Deus em Sua sabedoria, conhecendo o coração que ali habitaria, criou Maria para ser o modelo de Mãe. Isso não significa que as mães precisem passar por algo parecido para comprovar seu amor pelos filhos, não é isso! O cerne desta reflexão é enxergar Maria como uma figura materna, assim como Deus fez desde o princípio e, também, como fonte de inspiração de fé, perseverança e fidelidade.

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Clara Marques

Leitora voraz, formada em Marketing Digital pela Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP) e estudante de Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP), Clara faz parte do time de Marketing Digital MI e é responsável por escrever diversos textos que vão para o site e redes sociais da Obra.

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