Daniele Roque
professora de artes
Imigrantes da Letônia se estabeleceram no local, na década de 1930, para trabalhar com a extração de madeira. Apesar do difícil acesso e do frio no inverno, os negócios prosperaram e outras famílias se uniram para o trabalho e, posteriormente, para aproveitar o agradável clima e a natureza da região. Monte Verde pertence ao município mineiro de Camanducaia. Dista 30 quilômetros do centro da cidade que é acessível, sobretudo, pela Rodovia Fernão Dias. Depois de uma sinuosa estrada local se chega ao distrito que parece ter somente uma rua. Na verdade, os restaurantes se concentram na avenida principal, mas ao redor existem hotéis, chácaras e chalés que hospedam quem busca refúgio.
Na última vez que estive em Monte Verde me sentei à beira de um riacho. Olhei para o céu azul, senti o sol que aquece a gente, olhei para as flores Brinco-de-princesa, os pezinhos de Lavanda e as floridas Hortências. Agradeci a Deus por tudo isso que Ele sempre nos dá. Às vezes a gente nem percebe e reclama do sol, do frio ou da chuva, mas tendo tempo para contemplar a natureza, contemplamos a Deus.
Trilha do Pinheiro Velho é uma trilha autoguiada, acessível a partir da avenida principal. É fácil para ir com crianças e idosos. Um passeio por dentro da mata que, debaixo das enormes e até centenárias araucárias, guarda flores delicadas e de grande beleza. Caminhar nas grandes cidades é um desafio com o tráfego e as calçadas irregulares; já nessa trilha, os obstáculos são minúsculos perto da recompensa do ar puro e de uma fonte de água cristalina que oferece refresco a quem passa.
Passeios tem vários. A cavalo, de trator, de jipe, as opções são muitas. Dá para visitar tudo a pé ou com veículo próprio, mas talvez seja interessante contratar um desses passeios para conhecer também os outros turistas.
Picos. Basicamente existem dois caminhos que levam às trilhas, Avenida das Montanhas e Rua Mantiqueira. Não dá para visitar todos os picos em um dia, as trilhas são autoguiadas, mas exigem cautela. A primeira trilha leva à Pedra Redonda e à Pedra Partida. A primeira é de fácil acesso e tem até escadas de madeira para ajudar. Tem uma fonte de água no meio do caminho para dar forças. Ali tem espaço amplo para fazer o piquenique, tirar fotos e ficar apreciando a vista a 2 mil metros de altura. A mais distante, Pedra Partida, é um pouco mais difícil, mas em 3 horas dá para ir e voltar. No outro conjunto de trilhas estão Chapéu do Bispo, Platô e Pico do Selado. As duas primeiras são leves e garantem uma vista agradável. O Platô parece um parque ou uma praça, lugar bom para passar um tempo. Já o Pico Selado, o mais alto com 2082 metros, é acessível por uma trilha difícil e íngreme de cerca de 4 quilômetros.
A alimentação também é um atrativo. Tem restaurantes temáticos, como italianos e alemães, mas tem muita comida mineira. Tem também os tradicionais fondues salgados e doces, uma delícia para comer no frio. Em Monte Verde se encontram também diversas gostosuras que não são industrializáveis: queijos da serra, linguiça mista, mel puro, geleias e doces.
Os esquilos estão por toda parte. Eles comem amendoins que as pessoas oferecem nas praças e são vistos pulando sobre as árvores constantemente.
O frio é algo que chama muito a atenção. No inverno, em geral, ocorrem geadas. Lá a temperatura chega fácil aos 8 graus numa noite amena. Certa vez experimentei – 3ºC. Nas casas e locais de hospedagem sempre há lareira para se aquecer.
A pista de patinação no gelo é um barato. Tem gente que entra e se dá bem, outros aprendem caindo. Algo pouco comum num país tropical.
Depois da avenida Monte Verde, a principal, tem mais coisa. Muitas pessoas acham que a cidadezinha termina depois dos restaurantes, mas, na verdade, a vida urbana, digamos assim, começa depois. Lá tem mais restaurantes, mercados, as casas de quem vive e trabalha por ali, escola e tudo mais. É bom parar e conversar com as pessoas. Lá tem a Paróquia São Francisco de Assis que recebe fiéis e turistas para as missas dominicais e sempre está aberta para as orações pessoais.
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