Frei Sebastião suplica em favor das vítimas da Covid-19

Nesta Sexta-feira da Nona Semana do Tempo Comum, dia 5 de junho, memória do mártir São Bonifácio, bispo e mártir, Frei Sebastião Benito Quaglio, OFM Conv., reza intensamente pelas vítimas da pandemia no Brasil e no mundo. O frade continua rezando, diariamente, por todos os que acompanham ao vivo, por suas intenções, e, especialmente por todos os atingidos pela epidemia do novo coronavírus, pedindo a cura e a proteção daqueles que estão agonizando. Recordou hoje a memória do mártir nascido na Inglaterra e evangelizador do povo germânico, pedindo que nós, hoje, tenhamos a mesma coragem dele e de São Paulo, autor do texto da Primeira Leitura de hoje.

“São Paulo é um homem que não se deixa abater por nada, porque tem a força de Deus, tem a mão de Deus nas Suas mãos, tem a mão de Nossa Senhora.” Frei Sebastião

Ele recordou que neste domingo, 7 de junho, celebraremos a festa da Santíssima Trindade e, em 13 de junho, teremos a memória de Santo Antônio. A Missa começou aos 19 minutos iniciais do vídeo. Acompanhe a homilia e as orações finais, na íntegra, a seguir. 

Homilia

Nós estamos celebrando a Eucaristia sabendo a importância dela: é o encontro com Jesus. E as leituras que compõem a primeira parte da celebração, a liturgia da palavra, nos convidam a refletir. É claro que o Espírito Santo tem muitas maneiras de iluminar e inspirar, e a interpretação depende muito do espírito da pessoa que interpreta.

Eu vejo nessa leitura, e não é a primeira vez que nós ouvimos sobre o relacionamento de Paulo com Timóteo… A gente vê o amor com que Paulo fala com Timóteo. Às vezes, o trata como um filho, como um irmão; o alerta, o recoloca no caminho da fidelidade, do entusiasmo. Outra vez, lembra a importância da missão, inclusive o identifica como uma testemunha da própria vida e do sofrimento dele, de Paulo; e o anima a nunca desistir, porque, no centro das Escrituras, que realmente são inspiradas todas por Deus, está a figura de Jesus Cristo. Elas têm valor a partir, realmente, da fé em Jesus Cristo. Veja como é importante isto.

E Jesus confirma, no Evangelho, porque o Messias é chamado filho de Davi. Então Jesus mostra que não é tanto “filho de Davi” como uma descendência normal. Na história, Ele escolheu ser um homem, uma criatura, que nasceu da Virgem Santíssima, mas Ele vem de Deus. Como homem, Ele é filho de humanidade, mas Ele é Deus. Por isso, nós temos que olhar para Jesus sempre como aquele que veio para nos abraçar através da Sua humanidade. A fé em Jesus é uma fé muito firme que nos leva a não ter medo.

Estava lendo algumas reflexões do Papa sobre este Evangelho e sabe o que ele disse? Temos que prestar atenção porque hoje a Igreja e os cristãos são mais perseguidos do que em todos os tempos. Temos mais mártires hoje do que em somados todos os tempos da história. Eu fiquei um pouco impressionado por essas palavras, e ele continuou porque os mártires de hoje não são mencionados pelos meios de comunicação. A gente sabe que são presos, que morrem, são perseguidos, são martirizados, mas, no mundo, hoje, não se faz muito caso disso. O que chama à atenção são outras coisas. O papa é quem fala isso. E ele disse que, realmente, o segmento verdadeiro do Evangelho se choca com o mundo, porque o mundo não quer o caminho de Jesus, quer o caminho dele: o caminho que dá segurança neste mundo, o caminho daquele que quer vencer o outro, que quer eliminar o outro.

E Jesus tem uma linguagem completamente diferente. É como ouvimos, ontem, amar a Deus tem que ser concretizado com o amor ao próximo; e o amor ao próximo não é domínio, esmagamento, mas é solidariedade, é, realmente, comunhão, e lutar juntos, procurando o verdadeiro bem que é Deus.

Você que está me escutando sabe que isso tudo, sem a oração, não dá para entender, e, agora, você está neste momento, comigo, celebrando. Então, vamos ficar perto de Jesus, vamos olhar nos olhos dele.

Eu gostaria que cada um de nós se sentisse como Paulo e Timóteo: ao serviço de Jesus, sem medo. Porque, como Paulo falou, das dificuldades que ele enfrentou, ele venceu todas. Ele fala que são coisas que já se passaram. Em tudo isso, nós somos mais que vencedores. Como é bonito isso! Um homem que não se deixa abater por nada, porque tem a força de Deus, tem a mão de Deus nas Suas mãos, tem a mão de Nossa Senhora.

Portanto, ele enfrenta tempestades, perigos, e ele vai em frente. Isso é que é a força, que dá, no fundo, esta alegria, esta serenidade, esta paz, porque você sabe que você está no caminho certo e nada te espanta. Pode ser o mundo contra você, mas você está com Deus, você está com Jesus, está com Nossa Senhora. É você o vencedor, é você a vencedora. Por isso, estamos celebrando aqui, para que você sinta esta força, esta luz e esta proteção, e não tenha medo. Vamos lá. Com uma mão dada a Jesus e a outra a Nossa Senhora, e vai dar tudo certo. Amém.

Orações após a comunhão 

Jesus, estamos aqui, juntos. Mesmo separados pela distância geográfica, mas estamos juntos, todos. Você nos vê, e vê o coração de cada um de nós; a intenção de cada um de nós; a história, o mundo de cada um de nós. Estamos aqui para te dizer, Jesus, que queremos continuar assim, caminhar juntos. Junto contigo, Jesus, queremos ter a luz. Tu és a luz para podermos caminhar do teu jeito e Tu és a força, Jesus, para que possamos, como São Paulo, como todos os santos, Bonifácio, perseverar com alegria, com entusiasmo.

Tu és o caminho, Jesus. Portanto, queremos caminhar juntos. Dá-nos a força para isso e hoje te pedimos, Jesus, dá força, dá coragem aos nossos irmãos atingidos pela epidemia. Senhor Jesus, cura eles; dá, para eles, força, e a todos aqueles que estão agonizando, Jesus, dá aquela força que somente Tu podes dar, que cria serenidade, até aquela paz na passagem para a vida eterna, acolhendo-os na tua glória.

Você deu a vida por eles, por nós, por todos. Você não quer perder nenhum. Então, cuida de nós e dá-nos a força, Jesus, de São Paulo. Que possamos ouvir essas palavras e nos sentir como Timóteo, esse centro de atenção, de carinho, de amor, palavra de perseverança, de coragem, para nunca desistir. Ajuda-nos, Jesus. Virgem Santa, mãe de Jesus e nossa, cuida de nós. Cristo Jesus que te pede isso: “Aqui está teu filho”. E a nós: “Aqui está a tua mãe”. Portanto, Virgem Santa, protege-nos e, por isso, aceita novamente a oferta da nossa vida:

(oração da Consagração a Nossa Senhora, Ave-Maria e oração final do Missal)

Estamos nos preparando para a festa da Santíssima Trindade. É a maior, porque é a festa do nosso mistério: Pai e Filho e Espírito Santo. É desse mistério que o Pai enviou o Seu Filho, nascido de mulher, de Nossa Senhora, por obra do Espírito Santo. A Santíssima Trindade opera em nosso favor, e nós somos feitos à imagem e semelhança deste Deus Uno e Trino, e somos, portanto, para Deus, a pupila, as pupilas dos olhos dele. Nunca esqueça disso.

A própria vinda de Jesus mostra o quanto Deus nos ama, e o lugar privilegiado de Deus estar é em você. Se alguém me ama eu e o meu Pai iremos nele e faremos nele a nossa morada. Antes da criação do mundo, Deus nos escolheu para sermos, em Jesus, Seus filhos para o louvor de Sua glória. Portanto, vamos nos preparar direitinho.

E estamos também caminhando para a festa de Santo Antônio. Eu tenho uma devoção muito especial a ele, porque comecei, desde criança, lá onde ele teve a visão do Menino Jesus, e me formei na Basílica dele, e, no túmulo dele, recebi o crucifixo para vir para cá. Estou aqui agora. Santo Antônio, o nosso grande santo.

(Glória-ao-Pai , Christus Vincit e Salve Regina)

Sob a proteção de Nossa Senhora, todos tenham um dia maravilhoso! Fiquemos sempre no coração de Jesus e Nossa Senhora! Fiquemos em Paz! Salve Maria Imaculada! Salve Maria Imaculada! Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja louvado!

Nós te adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, presente aqui neste tabernáculo e em todos os tabernáculos do mundo, e te agradecemos, porque, pela tua santa cruz, remiste o mundo.

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