Por Túlia Savela Em A Santa Missa Atualizada em 26 MAI 2020 - 14H09

Não existe aposentadoria na evangelização

Comentando os sete dons do Espírito Santo, hoje, Frei Sebastião explica o dom da Piedade e Jo 17,1-11a, recordando ainda as festas de Pentecostes e Coroação de Nossa Senhora, no próximo domingo, assim como a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos




“Dá uma pétala da tua vida a alguém! Mostra a tua ternura!”. Esse foi o convite de Frei Sebastião aos fiéis que o acompanharam na celebração da Santa Missa, na manhã desta Terça-feira da Sétima e última Semana da Páscoa, 26 de maio, no Santuário Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe. Confira aos 52 minutos do vídeo. A celebração começa aos 6 minutos e meio iniciais.

Ao concluir a Missa, ele apontou para a flor nas mãos postas da Imaculada e disse: "Olha para essas pétalas: elas representam a visibilidade do seu amor por Nossa Senhora. Você que está no colo de Nossa Senhora, tem que aprender a andar, a amar, a dar alegria. Essa ternura não é para guardar só para si, mas para ajudar o mundo a se levantar. O que você vai falar a alguém que sofre? Temos que ajudar as pessoas a encontrar a ternura de Deus também nos momentos difíceis da vida, se não tudo parece castigo de Deus. Você não é uma flor parada nas mãos de Maria, mas alguém que sabe dividir as graças que recebe!".

O frade explicou, após a comunhão, o dom da Piedade, um dos sete dons do Espírito Santo, de acordo com o Magistério da Igreja. Ele resumiu-o dizendo que é o dom da ternura de Deus por nós e de nós por Ele, que inspira a maneira certa de ver e amar o ser humano e a natureza.

Nesta última semana do tempo Pascal, Frei Sebastião recordou que estamos na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e nos últimos dias que antecedem a Festa de Pentecostes e a Coroação de Nossa Senhora, no próximo domingo, dia 31. “Vamos celebrar com esse espírito de solidariedade e de comunhão, tornando Jesus presente, e peçamos o mesmo que Ele, na oração na Última Ceia: ‘Pai, que eles sejam um, como nós somos’.”, convidou o frade.

Ao colocar as intenções iniciais, recordou o objetivo da semana de oração: “Vamos superar as divergências para encontrar o essencial, que é o amor, a compreensão, o respeito e, sobretudo, uma visão de fé no mesmo Jesus, nos deixando guiar por Ele, e Ele nos dá o Espírito Santo que nos revela toda a verdade sobre Ele, a verdade sobre a Igreja, a verdade sobre o mundo, a verdade sobre nós, porque a nosso alcance de conhecimento é limitado, e o Espírito Santo nos ilumina sobre aquilo que as forças humanas não conseguem alcançar. Colocamos aqui, no altar, hoje, a intenção de cada um de vocês e o pedido de que Deus afaste de nós este vírus, essa epidemia”.

Faça a leitura dos textos da Liturgia diária, e confira a homilia e as orações finais, a seguir:

Homilia

É sempre um desafio a gente querer acrescentar alguma coisa sobre a Palavra de Deus, porque também nós somos limitados, estamos, assim, tímidos, abertos, para que Deus nos ilumine. Aí vejo como é importante que o Espírito Santo ilumine o nosso coração para tornar a Palavra de Deus de Deus mesmo, não mudá-la segundo a nossa maneira de crer, de querer.

Vamos ver a primeira leitura: um homem que encontrou Jesus se deixou conquistar por Ele e se deixou levar pelo Espírito Santo. Dedicou uma vida inteira à evangelização e mesmo vendo o itinerário dele de conquista, ele mostra uma atitude que acho fundamental na vida nossa: não existe aposentadoria no seguimento de Jesus Cristo. Interessante isso. Vale para os fiéis, para os padres, bispos, para o papa: não tem aposentadoria para aquele que segue a Jesus Cristo. E quem segue Jesus Cristo sabe, de antemão, que a estrada não é fácil.

O que espera quem segue Jesus Cristo? É aquilo que Cristo encontrou na vida dele: é um desafio, meus irmãos. Por isso que Cristo não facilita a vida de ninguém, mas dá um sentido à luta, mostra a importância da luta, da vitória, que vale a pena, porque aí então a vida será coroada de um sucesso incrível, que terá sua repercussão para a vida eterna. E, olhando para trás, você pode dizer que valeu a pena.

É como a oração de Jesus hoje: não é uma oração de petição, é uma oração de comunhão com o Pai, contemplando realmente o caminho traçado pelo Pai; Ele o agradece e reconhece, assim, o sentido dessa caminhada: da saída, do percurso e da chegada.

O que é importante nessa oração é a comunhão com o Pai. Isso é que é importante. Paulo, todos... temos que saber que Deus está comigo. Não estou sozinho.

Esta presença de Deus na nossa vida é que dá sentido a ela e dá uma maneira diferente de ver e de sentir. Porque, sem isso, vem um vazio. Acho que você já passou, às vezes, por aquele momento em que você não vê nada, até as coisas mais lindas do mundo não têm nenhum sentido para você. Porque, dentro, naquele momento, falta aquele que motiva. Então, Deus é o motivador de tudo isso: é a nossa resposta a esse Deus que nos conduz. Só de saber que você é alguém enviado por Deus, isso é lindo, maravilhoso. Não importa o que o espera, importa que você tem consciência disso. Isso é que nós temos que ter, mas se quiser, assim, uma palavra muito comum: não existe aposentadoria, não existe. Existe uma vida que nós queremos viver para Deus, com Deus, em Deus, sempre.

E vamos pedir a Nossa Senhora que nos oriente, que nos acompanhe. Como São Maximiliano Kolbe dizia: esse acompanhamento que nos torna um instrumento glorioso nas mãos dela, para continuar a obra de Jesus.

Vamos, no final da missa, pedir a Deus o dom da Piedade. Os dons do Espírito Santo é o Espírito Santo; é que nós, através dos dons, focalizamos melhor o entendimento desta força, desta luz, desta vida que o Espírito Santo nos dá sobre a nossa existência, sobre a criação, sobre Jesus, sobre Deus. Amém!

No ofertório, entregamos a vida de cada um de vocês e de todos aqueles que encontram em você alguém que o representa.

Orações após a comunhão:

Jesus está presente conosco. Vamos, portanto, sentir segurança. E, nesse tempo, dar um sentido a tantas coisas que não compreendemos, mas que Deus sabe.

Hoje, estamos nos preparando, com a Semana dedicada à Oração pela Unidade dos Cristãos, à festa de Pentecostes. O Espírito Santo é quem nos dá para nós a luz necessária sobre o sentido da nossa vida, que nos revela quem é realmente Jesus Cristo.

Nós temos os sete dons do Espírito Santo que indicam uma única realidade: o espírito de Deus que se revela.

São dons, portanto, não são conquistas nossas, mas necessita de uma abertura nossa para deixar que o Espírito Santo nos dê estes dons. Ontem vimos o dom do Santo Temor de Deus, não o medo, mas o respeito, que é o suporte do amor na contemplação.

Hoje, queremos refletir um pouco sobre o dom da Piedade. Olha, gente, para mim, é a base do nosso relacionamento com Deus. A piedade não é ter pena. Vem de pietas, do latim. Significa a ternura de uma mãe com a sua criatura, a ternura de uma criança que abraça seu pai e sua mãe. Pietas é a ternura que o Espírito Santo nos revela que Deus tem para conosco e nós, para com Deus.

Não leve a mal este exemplo, pois ajuda a pensar. Uma vez, perguntei, na Igreja, estava cheia de gente: Quem ama você mais que todos? Deus! Mas Deus ama você mais do que sua mãe ama você? É claro. Então, se no último dia da sua vida, você tivesse que escolher Deus ou tua mãe para ser julgado por ele, quem você escolhe? Todo mundo respondeu: A mãe. Por quê? A gente fala com as palavras, mas o conteúdo é outro. A gente tem experiência com a mãe, sabemos que ela não vai deixar. E Deus vai deixar?

Por isso que esse dom mostra Deus com a ternura, amor.

É um amor que não procura quase que a resposta, um amor que procura ver a alegria da pessoa amada. Interessante isso. Chama-se ternura esse que o dom de Piedade: sentir ternura para com Deus e sentir que Deus nos ama com ternura. Então banir nosso medo de Deus e sentir que Deus sempre nos acolhe, como o Papa dizia: “Deus nunca cansa de perdoar”. Por quê? Porque o amor dele é infinito.

Deus amou o mundo ao ponto de enviar o Seu Filho. Esse Filho deu Sua vida na cruz. Qual é o pai que dá a vida dos seus filhos para os outros? A mãe? Deus fez isso! Porque, para com os homens, Deus tem um amor incrível. São Seus filhos! Essa é a ternura! E sentir isso é um dom do Espírito Santo.

A gente vê Deus diferente e sente Deus presente, e o sempre presente com essa ternura.

Então a Divina Providência se transforma numa segurança incrível para nós, esse amor, essa ternura não dispensa a criança de estudar, de levantar cedo e ir para escola. Quem ama, exige. Mas quem se sente amado, faz qualquer coisa.

Portanto, esse dom revoluciona a nossa vida de relacionamento com Deus, conosco mesmo, com as pessoas. Não se vê mais debaixo das leis, das obrigações, mas vê a base de uma ternura que nos envolve, porque nós somos filhos dessa ternura. E a gente contempla a criação inteira, e a gente vai dizer isso. Quem de vocês está pagando a prestação da luz do sol? Do céu, de tudo? Meus irmãos, atrás disso, tem alguém que nos ama, que nos sustenta.

Mas é um Deus que quer que a gente ande com as próprias pelas pernas. Qual é a alegria dos pais quando tem uma criancinha que dá seus primeiros passos? É uma alegria incrível para pais e avós. Eles querem que ele leve um tombo? Não, porque ele está começando. Ele é a vida de vocês. Então, essa ternura, meus irmãos, é esta capacidade de enxergar os outros, de sentir que nós somos fruto da ternura de Deus.

E Nossa Senhora está para nos ajudar nisso, é a visibilidade de Deus. Por que Deus colocou Nossa Senhora? Para ler ainda melhor essa ternura. Então, nunca se esquece. Piedade é o dom da ternura de Deus para com você, e de você para com Deus. É a nossa maneira de amar o mundo, as coisas, os homens. Isso é um dom de Deus: amar como Deus nos amou. Não se esqueça disso: amar como Jesus amou.

(...)

São Paulo não rejeitou o que encontrou na vida dele, porque sabia que era o único jeito de responder a esta ternura que precisava ser expandida no mundo inteiro. Quem olha para o crucifixo, tem que ver não só o martírio, somente físico, mas a expressão mais alta do amor de Deus para conosco. Essa é a ternura de Deus. Este é o dom da Piedade.

(o frei pediu os dons do Espírito Santo, rezou a Consagração a Nossa Senhora, a Ave-Maria)

Olha para essas pétalas: representam a visibilidade do seu amor. Você que está no colo de Nossa Senhora, tem que aprender a andar, a amar, a dar alegria. Essa ternura não é para guardar no coração da gente, mas para ajudar o mundo a se levantar. O que vc vai falar a alguém que sofre? Temos que ajudar as pessoas a encontrar a ternura de Deus também nos momentos difíceis da vida, se não tudo parece castigo de Deus. Você não é uma flor parada nas mãos de Maria, mas alguém que sabe dividir as suas pétalas com os outros, dando alegria e amor!

Dá uma pétala da tua vida a alguém! Mostra a tua ternura!

(Oração do missal, bênção final, Christus Vincit e Regina Coeli)

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