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Frei Sebastião faz forte apelo por solidariedade, convida fiéis à oração de intercessão pelos que sofrem com a Covid-19 e explica as diferenças entre conhecer e viver um mandamento; e entre obedecer uma norma por regra ou por princípio. Ele celebrou a Santa Missa, na manhã desta Quinta-feira da Nona Semana da Páscoa, 4 de junho, no Santuário Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe, na sede da MI, em São Bernardo do Campo - SP.
O frade convidou os fiéis a serem solidários aos que sofrem e que faleceram por conta da pandemia. Explicou por que a oração é uma forma de caridade que pode amenizar as dores dos que padecem as consequências da contaminação pelo novo coronavírus. E fez um forte apelo para que se aproximem de Jesus pela oração: "Coloque Jesus no centro da tua vida".
E afirma ainda: "Se a gente não medita Jesus Cristo, o que Ele fez, como que Ele fez, a gente tem dificuldade em aprender como amar. Se a gente não reza, a gente não tem como entender Jesus Cristo. Portanto, o Papa disse isso mesmo: a oração é a porta aberta para entender Deus, para entender o jeito de Deus, e para enxergar Deus, enxergar o irmão. Portanto, amar é uma visão, é um dom de Deus".
A Santa Missa tem início aos 20 minutos iniciais do vídeo. Você pode participar diariamente da Santa Missa por meio das redes sociais da MI (Youtube e Facebook), pelas emissoras da Fundação Padre Kolbe (Rádio Imaculada 1490 AM, na Grande São Paulo; 107,1 FM, em Atibaia - SP, 97,3 FM, em Maceió - AL e 580 AM, em Campo Grande - MS), aqui no portal da MI ou por meio do aplicativo Milícia da Imaculada. Ocorre em dois horários - 8h15 e 20h - de segunda-feira a sábado; e em três momentos - 7h, 10h30 e 18h - aos domingos (no horário de Brasília; em Campo Grande - MS, considere uma hora a menos, ou seja, 7h15, 19h, 6h, 9h30 e 17h, respectivamente).
“O Senhor dirige os humildes na justiça e aos pobres ele ensina o seu caminho.”
Salmo 24
A seguir, você confere a homilia e as orações finais na íntegra:
É uma tarefa nossa meditar sobre a Palavra de Deus para torná-la vida, não somente objeto de estudo, mas para concretizá-la em nossa existência.
Hoje estava ouvindo um pouquinho a reflexão do Papa e ele abriu assim: “Se uma criança recém-nascida pudesse falar, entender, o que é que ela diria? Diria que ela se sente amada, e que ela gostaria de dizer que também ama”. Isso quer dizer um diálogo muito. E nós, perante Deus, o que é que nós podemos dizer? Amar a Deus. Mas é possível amar a Deus antes de amar o próximo? Ou então, é possível amar o próximo antes do que a Deus? É um jogo, entendeu?
Mas, a partir do nosso entendimento, nós temos que entender que, em primeiro lugar, nós temos esse Deus que se comunica com a gente. Na primeira leitura, nós temos o fundamento da nossa fé, que é a ressurreição de Jesus Cristo.
Paulo alerta Timóteo a viver esta verdade. Jesus é o sentido da vida, é o fundamento da nossa orientação, fundamento do nosso jeito de viver: Cristo ressuscitado.
E nós entramos neste diálogo através do nosso batismo. Portanto, Cristo é o nosso espelho. E como chegar a Cristo? Através da oração. O que é oração? É uma sensibilidade que se cria dentro de nós, é uma revelação do que nós temos que fazer, porque o conjunto de normas e preceitos nos ajuda, mas nem sempre contém o coração da coisa. Observar os preceitos. Então um exemplo: eu já vi isso, e a gente faz também, viu? Quando tem um limite de velocidade, a gente vai, mas, quando é que a pessoa se controla para ir devagar? Quando vê o radar. Logo que passa o radar, os carros andam correndo. É uma norma. Então a pessoa está preocupada em observar aquela norma, para não levar uma multa, perder pontos... Mas, qual é o sentido do radar? Para não levar uma multa ou para controlar o trânsito, para evitar que haja colisões e desastres. Mas, muitas vezes, a gente perde essa visão do sentido da coisa. Nós queremos observar o preceito - desculpe a palavra - porque não queremos levar a multa. Às vezes, na religião, existe muito disso. Observamos os preceitos.
Vamos dar um exemplo: vamos à igreja, vamos fazer isso, vamos rezar... Mas, às vezes, a gente perde a alma, o espírito do preceito. Não é o preceito que eu preciso observar, mas aquilo que ele contém.
O que é o amor ao próximo? O amor a Deus? Eu tenho que amar o próximo pelo preceito, por que devo? Não. O amor é uma revelação de quem ele é, de quem é Deus e, automaticamente, eu sinto qual é a importância do meu relacionamento com Deus e com o próximo.
Qual foi a novidade aqui no Evangelho? Depois continua, porque aquele homem perguntou a Jesus, mas ele sabia a Lei. Mas ele perguntou depois a Jesus: “E quem é meu próximo?”. Aí vem o preceito. Quem é o meu próximo? Para eles, o próximo era alguém da família, e da mesma religião. Eles não tinham essa visão ampla de Jesus para quem o próximo é até o inimigo. Porque o amor, o amor verdadeiro, ele não se sustenta por preceitos, mas o relacionamento que nós temos perante a realidade da vida que se manifesta através da nossa oração. Na tua vida, como você ama a Deus, hein? Como é que você ama o próximo? É uma pergunta que o padre faz a você. É fácil fazer uma pergunta, mas e a sua resposta?
Eu vou lhes dizer o que eu penso: se a gente não medita Jesus Cristo, o que Ele fez, como que Ele fez, a gente tem dificuldade em aprender como amar. Se a gente não reza, a gente não tem como entender Jesus Cristo. Portanto, o Papa disse isso mesmo: a oração é a porta aberta para entender Deus, para entender o jeito de Deus, e para enxergar Deus, enxergar o irmão. Portanto, amar é uma visão, é um dom de Deus. Que coisa, né?
Porque aí você entende a importância de Deus, a importância do ser humano, a tua missão. Então, meus irmãos, estamos em casa. Vamos aprender a amar a Deus. Hoje em dia, é sermos solidários. Não queremos ver a nossa casa como refúgio, mas como um ponto de oração também, de reflexão, de intercessão. Lembre-se disso.
Quando se ouve falar, nesses dias, ontem, nas últimas 24 horas mais de 1200, 1300 falecimentos, por causa desta doença, dá arrepio. E o medo que eu tenho é que a gente olhe mais o número do que o conteúdo dos números. Quem são esses? São meus irmãos. Mas eu sou sentindo isso? O que é que eu posso fazer? É uma resposta que você tem que dar.
Por que eu celebro a Missa? Eu vou lhes dizer o porquê. Porque Jesus sabe. Ele tem condição de atingir qualquer um que está agonizando, qualquer um que está doente. Eu quero pedir a Jesus. Olha, eu não posso chegar naquela UTI, não posso entrar dentro do coração daquela pessoa que, às vezes, entra em desespero. Você pode, Jesus. Então estou aqui. Estou te pedindo isso, porque eu também quero ir com você. É claro que fisicamente eu não posso, mas eu quero estar com você. Eu quero me sentir solidário, Jesus. Então, não sou um estranho nesse mundo de sofrimento. Esse Cristo que morre na cruz, esse Cristo que ressuscita, Ele tem que ser a minha vida, o sentido da existência, eu tenho que O enxergar.
Então, meus irmãos, a oração nos ilumina. O Espírito Santo vai abrir novos horizontes, um novo jeito.
Eu tenho medo, às vezes, que a própria religião seja um “encurralar a pessoa”: eu rezo, me sinto seguro. A oração não encurrala a pessoa, a coloca em evidência, porque cada ser humano que reza se torna um benfeitor. Além de ser louvor a Deus, é um benfeitor pelas pessoas. Você não sabe, mas o bem que você faz sem enxergar, você um dia vai ver, desde que você esteja com Jesus.
Vamos amar a Deus e ao próximo. Tem um segredo, viu? Começa a enxergar na oração. Você vai ver muitas coisas. Amém!
Jesus, estamos aqui contigo. Queremos estar com você sempre, como Paulo recomenda a Timóteo: viver na tua presença, testemunhá-la, sem ter medo de nada. Assim, nós queremos, Jesus, testemunhar a tua presença em nossa vida, a tua importância.
Não queremos nos deixar dominar pelos gestos somente externos, que são necessários, mas por esse teu conteúdo de amor, Jesus, porque nós não sabemos amar. Se você nos ensina, saberemos.
Você nos deu um mandamento: “Amai-vos como eu vos amei”. Queremos, Jesus, entender esse amor na prática, como é que você nos amou. Sabemos sim, mas acredito que o amor não é tanto “saber o que ele é”, mas “sentir a existência dele em nós”, é torná-lo uma energia que movimenta a nossa vida, provoca os nossos sentimentos e nos faz sonhar e querer agir em sintonia.
Sabemos que Tu és aquele que dá sentido a toda a nossa vida. Queremos, como São Paulo, sentir a tua presença, Jesus: “Não sou eu que vivo, mas é Cristo Jesus que vive em mim”.
Irmão, irmã que está me ouvindo, olhe bem para Jesus, com os olhos da tua fé. Sinta e coloque Ele no centro da tua vida. Entre em sintonia com o jeito dele, e procure refleti-lo nas pessoas: olhar como Jesus, falar como Jesus, agir como Jesus. E, na oração, nós vamos entender, compreender isso. E Nossa Senhora, a mãe que sempre esteve e está em sintonia com seu Filho, e é a nossa mãe também, Ela nos comunica esse jeito de ser e de amar de verdade. Por isso, colocamos, neste momento, a nossa vida nas mãos dela:
(oração da Consagração a Nossa Senhora, Ave-Maria e oração final do missal)
Estou lembrando que domingo próximo é a festa da Santíssima Trindade, lembrando que é o coração da nossa vida, é a festa mais importante, sabia? Na sua realidade teológica, é a festa do Pai, que criou o universo; do Verbo Eterno, que vem ao mundo por Vontade do Pai, para salvá-lo; do Espírito Santo, que é a alma, que é o amor que transformou e deu-nos a Vida divina. É a festa da Santíssima Trindade! Vamos lembrar que essa Santíssima Trindade é o próprio Deus. E esse Deus tem um lugar que Ele prefere: é o nosso coração, porque nós somos feitos à imagem e semelhança deste mistério.
Portanto, nestes dias, procure sentir a presença da Santíssima Trindade dentro de você, e você vai entender tantas coisas.
Lembre-se de Santa Elisabete da Trindade. Quando ela rezava o Pai-nosso dizia: “Pai-nosso que estais no céu da minha alma”, para sentir a presença de Deus.
Vou dar a bênção final, mas uma pequena observação: esta rosa é você. Está aqui há dias. Você sabe o que aconteceu? Até então, nenhuma pétala caiu. É diferente das outras. Acho que Nossa Senhora não quer. Então fique bem no coração dela.
(bênção final, Christus Vincit e Salve Regina)
Todos tenham um dia maravilhoso. Quero lembrar que esta rosa não é artificial, não. É uma rosa natural. Veja como ela fica firme nas mãos de Nossa Senhora.... Se considere sempre o filho, a filha, predileto, ouviu? E, aqui, o Cristo fica exposto, para que, na tua casa, você possa sempre torná-la um templo de adoração, de amor. Seja um dia abençoado para todos, no Coração de Jesus e de Nossa Senhora!
Salve Maria Imaculada!
Salve Maria Imaculada!
Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja louvado!
Leia MaisO amor é entregaA Palavra de Deus não se deixa algemarPapa pede que Menores Conventuais sigam o exemplo de Santo AntônioSantíssima TrindadeO maior mandamentoAjude-nos a ir mais longe na evangelização: torne-se Mílite! Você pode também fazer sua doação on-line aqui em nosso portal.
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