De onde parte o trabalho de evangelização? E como ele se conecta com o mandamento do amor: Amai-vos uns aos outros? Entenda na homilia desta Sexta-feira da Quinta Semana da Páscoa, proferida por Frei Sebastião Benito Quaglio, OFM Conv., durante a Santa Missa, no Santuário Imaculada Conceição e São Maximiliano Maria Kolbe, em São Bernardo do Campo - SP, na sede da Milícia da Imaculada.
Ao iniciar a celebração, o frade recordou que Nossa Senhora nunca nos abandonará e nos animou a recordar sempre que, em Cristo Jesus Ressuscitado, também nós somos vitoriosos. Rezou por um Brasil melhor, pelo afastamento dessa epidemia, e chamou os fiéis a se entregarem no ofertório: “Coloquemos nessa patena, nesse cálice, nesse ofertório, o nosso pedido de proteção total de Deus sobre nós”.
“Amar é sinal de vida, perdoar é sinal de amor. Esse amor renova tudo, refaz tudo, vence o inacreditável.”
Frei Sebastião Benito Quaglio
Confira a Santa Missa completa aqui, a começar dos seis minutos iniciais do vídeo. Aqui, você acompanha as leituras de hoje.
A seguir, você confere, na íntegra, em áudio e texto, a homilia e as orações após a comunhão:
Homilia
Já conhecemos essas palavras de Jesus e aqui estamos na Última Ceia, é o testamento de Jesus.
Estava ouvindo a reflexão do Papa sobre o Evangelho de hoje. Dizia: “Jesus amou antes e depois, a vida inteira dele. E amou também por aqueles que o traíram, que o abandonaram”. O amor não tem limites, por parte de Deus. E Deus, Jesus, quer se espelhar em nós (quer que nos sejamos reflexo do Seu amor). O que é, afinal, o amor? O amor parte do respeito. E o que é o respeito? É a valorização.
Uma vez, eu estava explicando às crianças a importância do respeito, o valor que a pessoa humana tem. Então, perguntei para as crianças: Se você encontra uma nota de 100 suja, mal cheirosa, o que vocês fazem? Todo mundo disse: A gente limpa. Mas quem de vocês a joga fora? Ninguém, porque é uma nota de 100, tem valor. Não importa que seja suja, velha. O que importa é o valor que ela tem. É claro que não vamos comparar o ser humano a uma nota de 100. Ele é muito mais.
Às vezes, aquilo que ofusca são a visibilidade de certas coisas (a maneira de ver as coisas), mas, sabendo o conteúdo, a gente muda, luta e conquista, porque o amor não é um sentimento somente, é uma dedicação para que o outro perceba que alguma coisa de bom ele recebe.
E nós temos que dar esse amor em vista do bem da pessoa, não somente pelo retorno que nós vamos ter, mas pelo alcance que ela tem (na vida da pessoa amada). Isso que é amor.
Isso é fácil quando se fala de pais e mães. Qual é o amor de uma mãe para com um filho? Ela quer que o filho se faça, se torne o melhor do mundo. A alegria dela é o progresso do filho, é ele que se constrói. E, ao saber que o filho está bem, ela fica feliz.
Por isso que Jesus dá esse mandamento, que é o suporte de toda a evangelização; e esse mandamento tem a dinâmica do envio, o amor verdadeiro não se fecha, ele se difunde por si mesmo. Então Jesus nos desafia hoje, ouviu?
Por isso que o cristianismo é a religião do amor, porque Deus é amor, e toda a história de Cristo é uma história de amor, mas um amor que custou até a cruz, e que, portanto, nos sacode, sobretudo, quando nós condicionamos o nosso amor aos interesses. Isso não é amor. O amor nos desafia e procura o âmago da coisa, o coração da coisa, o essencial, aquilo que ninguém pode construir, e trabalhar para isso. É muito bonito.
O que a evangelização quer fazer? Quer recuperar o homem, dar para ele esta abertura da comunhão com Deus, e que possa entrar em sintonia com Deus, através de Jesus Cristo; sentir-se parte de Cristo. Lembre-se da videira e dos ramos (Jo 15,5). E, com Cristo, envolver toda a humanidade: ninguém é excluído.
e o amor tem uma dimensão universal e o amor requer uma disponibilidade para que isso aconteça. Quando se fala a palavra amor é isso. Vamos ficar na frente de uma cruz e aí nós vamos aprender o que realmente é amor. Amém!
Após a comunhão, o frade voltou a comentar o Evangelho em prece a Jesus presente no Santíssimo Sacramento:
Orações após a comunhão:
Certamente, é um privilégio estarmos com Jesus. Queremos crer nele, pois a fé é a chave que abre o coração dele. Estando no coração dele, há a confiança, a proteção, a segurança e, olhando para fora, a esperança.
Cristo não nos chama para nos fechar em nós mesmos, mas para nos abrir e nos lançar. Nós somos alicerçados pela fé nele, alimentados pelo amor, pela caridade, e lançados para criar, no mundo, a dinâmica da esperança, que é a certeza. A esperança é lutar em vista da meta, que é garantida pelo próprio Jesus Cristo. Ele demonstrou a importância dela com a cruz; e, com a ressurreição, a verdade sobre ela.
Jesus, aqui estamos, mais uma vez, celebrando a Tua presença, presença de alimento, de força.
Pedimos, Jesus, aquilo que você nos disse no Evangelho, que possa ser real na nossa vida, na nossa dinâmica: “Amai-vos como eu vos amei”.
Jesus, às vezes, penso que isso é impossível, mas você sabe que, se depender de mim, é impossível; mas, com você, é possível, porque é você que atua em mim.
É tão bom lembrar o que Paulo disse: “Agora não sou eu que vivo, é Cristo Jesus que vive em mim”.
Meus irmãos, minhas irmãs, não estamos celebrando a Eucaristia para uma simples bênção, mas para renovar todo o sentido da nossa existência em Jesus Cristo, e continuar caminhando com Ele, com a força dele, com abertura dele.
Portanto, cada Eucaristia é algo novo. Eu sempre a comparo ao sol. Nunca ele é velho: aquele de ontem deu tudo, e por isso, se tornou um dia. Hoje é outro dia. Mas o sol é o mesmo? Sim, mas é outro dia.
A gente nota, até na natureza, as mudanças: vento, chuva, cerração, nuvens diferentes, o movimento dos pássaros, dos homens... é vida, mas ele brilha. As nuvens podem escondê-lo, é todo um dinamismo de vida...
Jesus é sempre uma novidade. Ele é a vida. Temos que sentir isso. Eu nunca celebrei a uma Santa Missa só por rotina. Não. Você se alimenta, sim, sempre faz isso, mas deixe de se alimentar... o alimento é sempre novo, ele provoca novas energias.
Vamos lá, meus irmãos. Vamos sentir que esse mandamento do amor é novo, no sentido de que ele sempre se encarna numa realidade que é sempre nova.
Amar é sinal de vida, perdoar é sinal de amor. Esse amor renova tudo, refaz tudo, vence o inacreditável.
Pedimos a Nossa Senhora que nos ajude a fazer como Ela que soube fazer do amor a vida dela, ao ponto até de adquirir a nossa também, como filhos.
(oração da Consagração, Ave-Maria, oração final do missal e a bênção final)
Deus derrame no teu coração, irmão, irmã, a luz, a sabedoria, a serenidade, a coragem, a paz, a cura, a força, a vitória!
Abençoe-vos o Deus Todo-poderoso Pai e Filho e Espírito Santo. Amém!
Fiquemos em paz, com Deus e Nossa Senhora, olhando para o mundo com amor, coragem, esperança e solidariedade, e com a certeza de que a vitória é de Cristo.
(Christus Vincit e Regina Coeli)
O Senhor vos abençoe e vos dê um dia maravilhoso no coração dele e de Nossa Senhora!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja louvado!
Salve Maria Imaculada!
Salve Maria Imaculada!
(canção Dai-nos a bênção...)
Leia MaisSementes que germinaramAmar como Jesus nos amouSanto Rosário com Frei KolbeA essência do nosso ser cristão Participe diariamente da Santa Missa com a Milícia da Imaculada. De segunda-feira a sábado, às 8h e 20h (horário de Brasília; às 9h e 21h, horário de Campo Grande - MS) e, aos domingos, às 7h, 10h30 e 18h (horário de Brasília; às 8h, 11h30 e 19h no horário de Campo Grande - MS). Ouça em Radio On-line e pelo aplicativo Milícia da Imaculada, ou por uma das emissoras de rádio da Fundação Padre Kolbe (Rádio Imaculada 1490 AM, na Grande São Paulo; 107,1 FM, em Atibaia - SP, 97,3 FM, em Maceió - AL e 580 AM, em Campo Grande - MS).
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