Jesus contou também a seguinte parábola para alguns que confiavam em si mesmos, tendo-se por justos, e desprezavam os outros: “Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu, o outro, um cobrador de impostos. O fariseu rezava, de pé, desta maneira: ‘Ó meu Deus, eu te agradeço por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos, adúlteros, nem mesmo como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de tudo que possuo’. Mas o cobrador de impostos, parado à distância, nem se atrevia a levantar os olhos para o céu. Batia no peito, dizendo: ‘Ó meu Deus, tem piedade de mim, pecador!’ Eu vos digo: Este voltou justificado para casa e não aquele. Porque todo aquele que se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.
Comentário
Em várias Dioceses, celebra-se hoje o Dia Nacional da Juventude. Neste dia festivo, vamos rezar pelos nossos jovens para que sejam persistentes na difícil tarefa de apresentar Jesus aos milhares de outros jovens que ainda desconhecem a Luz do mundo.
No domingo passado, através da parábola da viúva e do juiz injusto, Jesus valorizou a oração. Quis mostrar-nos o valor de se rezar sempre, rezar muito e sem esmorecer. No evangelho de hoje, Jesus não fala mais em quantidade de oração, mas sim, na qualidade da oração. Ensina o modo certo de rezar.
Jesus traça um comparativo entre a oração do publicano e do fariseu, para explicar-nos a maneira certa de se comunicar com Deus. Ao rezar, acima de tudo, é preciso lembrar de que somos pecadores, que estamos diante de Deus e que dependemos de sua infinita misericórdia.
Fariseu era o nome dado ao membro de um partido entre os judeus. O fariseu se gabava de respeitar a lei, em seus mínimos detalhes. Pagava dízimo, até mesmo, de coisas que não eram exigidas. No entanto, observava os mandamentos apenas para se mostrar perante a sociedade. Não agia com humildade, era orgulhoso e arrogante.
Fariseu deixou de ser apenas um símbolo entre os contemporâneos de Jesus. Fariseu é uma figura bastante atual e presente em nosso dia a dia. Ele é o símbolo da hipocrisia, é aquele que diz uma coisa e faz outra. Esconde-se atrás das aparências, do comodismo e adapta as leis aos seus interesses pessoais.
O fariseu joga pesados fardos nas costas dos outros, mas não move uma palha em benefício dos necessitados. Faz longos discursos, apresenta projetos fantásticos para erradicar a pobreza, enquanto que, na calada da noite, promulga e aprova leis para beneficiar a si próprio e a seus aliados políticos.
O fariseu sabe que é muito mais fácil carregar uma cruz pendurada no peito do que sobre o ombro. É mais cômodo, menos cansativo e melhor visto pela sociedade. Disso entende muito bem o fariseu, levar vantagens é o seu passatempo favorito.
Arrogância, prepotência e injustiça tornaram-se tão comuns em suas atividades, que são tratadas como coisas normais. Aquele que não age assim é chamado de anormal. No entanto, convém lembrar que não é só no campo político ou profissional que essas coisas acontecem.
Na verdade, o comportamento do fariseu, não é privilégio daqueles que ocupam altos cargos. Precisamos analisar cuidadosamente nossas ações na comunidade e, particularmente, diante da coordenação de grupos, movimentos ou pastorais, para não cairmos no mesmo erro do fariseu.
A humildade é um dom e deve ser nossa bandeira. A oração deve ser a manifestação das nossas fraquezas e um constante pedido de perdão. O reconhecimento das nossas culpas e o desejo de não mais errar fortalece a caminhada e nos justifica perante Deus. A oração humilde nos aproxima do Pai.
Nossas orações deveriam também conter muito mais agradecimentos. Quantos benefícios que, diariamente, recebemos e nunca paramos para agradecer. Por tudo isso nós pedimos a Deus a humildade do publicano para que possamos enxergar nossa fraqueza e nossa pequenez.
Vamos colocar mais qualidade em nossas orações e encerrar este momento agradecendo por nossa saúde e emprego, pela paz e segurança no lar, pela unidade da família, por nossos filhos e por tudo aquilo que recebemos gratuitamente. Vamos agradecer, inclusive, pela oportunidade de poder contribuir com o dízimo em nossa comunidade.
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