Evangelho Dominical

Sagrada Família: Jesus, Maria e José

“Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça!”

Escrito por Jorge Lorente

25 NOV 2024 - 14H22

Evangelho: (Lc 2, 41-52)

Todos os anos, na festa da Páscoa, os pais de Jesus iam a Jerusalém. Quando ele completou doze anos, subiram a Jerusalém segundo o costume da festa. Acabados os dias de festa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre os parentes e conhecidos. Não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele. Três dias depois o encontraram no Templo sentado no meio dos doutores, ouvindo e fazendo perguntas. Todos que o escutavam maravilhavam-se de sua inteligência e de suas respostas. Quando o viram, ficaram admirados e sua mãe lhe disse: “Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu, aflitos, te procurávamos”. Ele respondeu-lhes: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa do meu Pai?” Eles não entenderam o que lhes dizia. Depois desceu com eles e foi para Nazaré, e lhes era submisso. Sua mãe conservava a lembrança de tudo isso no coração. Jesus crescia em sabedoria, idade e graça diante de Deus e das pessoas.

COMENTÁRIO

Este Evangelho deve fazer-nos parar e pensar. Como pôde acontecer uma coisa dessas com essa família? Se fosse na minha ou na sua família, tudo bem, seria até compreensível, mas numa família santa como essa, é difícil de acreditar.

Jesus se perde de seus pais e fica por três dias desaparecido. Como o evangelista diz, seus pais ficam aflitos e saem à sua procura. Ao encontrá-lo, Maria demonstra toda sua angústia ao dizer: “Por que você fez isso conosco?”

Jesus responde com duas perguntas “Por que me procuravam? Vocês não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?” Jesus deixa claro que ficou no templo, pois precisava estar à disposição de seu Pai.

Jovem ainda, com apenas doze anos, Jesus declara publicamente, que tem uma missão a cumprir e que está disposto a obedecer. Custe o que custar vai fazer o que o Pai espera que ele faça, pois os interesses de seu Pai devem estar acima de tudo.

Sua missão exige coragem. Vai exigir, até mesmo, seu afastamento familiar. A partir desse dia, Jesus não deve ter sido mais aquele mesmo menino pacato e caseiro. É natural que um jovem comprometido com a propagação do Reino saia a procura de novos horizontes e se distancie do âmbito familiar.

No entanto, nem sempre é assim. Quantas e quantas vezes a vontade de Deus parece totalmente contrária à nossa. Deus pede uma coisa e nós queremos fazer outra. Nessas horas, a atitude de Jesus deve orientar nosso modo de agir. Acima do nosso querer deve estar a predisposição de servir ao Pai.

É importante notar que o evangelista diz que Jesus crescia em sabedoria e graça. Através da obediência aos seus pais, da disponibilidade e generosidade para com os necessitados, Jesus dá exemplos concretos de como viver a santidade.

Resumindo, o Evangelho de hoje nos ensina como podemos crescer na amizade com Deus. Ensina também que ninguém está isento da responsabilidade de levar aos povos a boa nova.

Assim como o filho que abraça a vocação religiosa ou aquele que se casa e constitui uma nova família, deixa seu pai e sua mãe, chega o dia em que devemos deixar o confinamento do lar para propagar a fé.

Dois momentos importantes nós devemos gravar do Evangelho de hoje: primeiro é a angústia de José e Maria ao perceberem que Jesus não estava com eles. Segundo é a alegria do reencontro. Maria e José nos ensinam que para se encontrar Jesus, é preciso caminhar em sua direção. Quem ama Jesus não consegue ficar longe Dele.

Se, de verdade nós amamos Jesus, mesmo que seja preciso caminhar três dias, vamos voltar atrás e procurá-lo. Se três dias não bastarem, se não forem suficientes para reencontrar Jesus, vamos caminhar o tempo necessário, pois a recompensa será maravilhosa. Vamos gritar de alegria ao reencontrá-lo!

É angustiante viver longe de Jesus e não sentir sua presença. A exemplo de José e Maria, certamente, vai ser enorme a alegria ao reencontrá-lo na Casa do Pai, na figura do irmão maltrapilho, do doente, desempregado, do marginalizado e injustiçado!

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Por Jorge Lorente, em Evangelho Dominical

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