“Eu sabia que só tu és um Deus benévolo e misericordioso, lento para a cólera, cheio de amor e que se arrepende do mal” (Jn 4,2).
A profecia na Bíblia é formada por um gênero literário próprio. Temos profetas maiores e menores. Eles são classificados assim não pela quantidade de capítulos, mas sim, pela intensidade da sua ação profética de denúncia e anúncio. A profecia ocupa boa parte dos textos sagrados. Temos os livros especificamente proféticos, mas também temos várias perícopes imbuídas pela profecia ao longo da Sagrada Escritura. Jesus foi o profeta por excelência.
Embora a teologia oficial, com o apoio dos persas, se impusesse, a linha da teologia camponesa em defesa da vida, manifestava-se mais amplamente nas novelas bíblicas como as de Rute, Jonas e Cântico dos Cânticos. Após o fim do domínio persa, com a vitória de Alexandre, o grande, em 333 a.C., a Judeia passou ao domínio dos gregos. E na luta contra a imposição da cultura grega pelos reis Selêucidas (200-142 a.C.).
Jonas trata de um tema que também é comum a Rute e por isso se supõe que seus autores devem ser dos mesmos círculos da resistência popular. Sua teologia está enraizada no movimento profético que segue a linha teológica do livro de Isaías. Por trás de Jonas, certamente devemos situar também os grupos de resistência dos samaritanos e outros grupos étnicos que o judaísmo pós-exílico foi discriminando cada vez mais.
Como sua crítica irônica se dirige especialmente aos teólogos exclusivistas do templo de Jerusalém e isto faz com que livro possa ser situado em torno de 400 a.C.
Da mesma forma como Rute, o livro de Jonas é uma grande parábola. Seu conteúdo pode ser profético. Porém, Jonas não é profeta. Pelo contrário, sua atitude é racista e que, em vez de se alegrar com a inclusão de povos estrangeiros na universalidade de Javé, fica triste, aborrecido e quer morrer. O livro foi considerado profético pela tradição de Israel porque em 2Rs 14,25 se fala de um profeta que tem o mesmo nome do personagem principal dessa história. Mas o livro de Jonas não tem nada a ver com aquele profeta da corte de Jeroboão II (782-753 a.C.). Toda obra dele se desenvolve em torno de um grande tema. É a postura nacionalista e racista da comunidade judaica em torno do segundo templo em Jerusalém (Esd 4, 1-3; Ne 13,3). Jonas é como que a personificação dessa atitude mesquinha. Na verdade, Jonas representa a posição de Neemias e Esdras, que consideram como o verdadeiro Israel somente a comunidade de Israel repatriada em torno de Sião. O profético no livro de Jonas é o anúncio do projeto de Javé para todos os povos. Inclusive aos impérios de ontem e de hoje simbolizados por Nínive, a capital do antigo império Assírio. Os impérios precisam deixar de praticar a violência. Devem aderir ao projeto de justiça e de amor, de respeito e de promoção da vida. Somente quando deixarem sua prepotência e tirania, a fraternidade universal será possível. A fé nesse Deus da vida não é exclusivamente de nenhuma nação. Javé é misericordioso e não é Deus nacional de nenhum povo. É Deus de toda humanidade.
A missão que Deus confia a Jonas é denunciar a maldade, as injustiças da cidade de Nínive, símbolo dos impérios que oprimem. Como Jonas encarna e teologia exclusivista própria do período do segundo templo, ele não concorda com a possibilidade de estrangeiros, e ainda mais, opressores do seu povo, virem a se converter a Javé. Por isso foge para Társis, na direção oposta de Nínive. Társis quer dizer “refinaria”. É uma referência às colônias fenícios no ocidente que forneciam metais a Tiro (Is 23, 1.10; Ez 27,13; 38,13).
Como nos relacionamos com quem não é do nosso país ou no nosso credo? Qual a política dos países centrais em relação aos migrantes de países periféricos? Como encarar hoje as diferentes formas com que as diversas culturas expressam sua fé?
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