Lendo o Evangelho

Santíssima Trindade: mistério central da fé

O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. Portanto, éa fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina

Frei Aloísio, Ministro Provincial

Escrito por Frei Aloísio Oliveira

06 JUN 2020 - 10H00 (Atualizada em 05 MAI 2021 - 12H19)

O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central de nossa fé e de nossa vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. Portanto, constitui-se a fonte de todos os outros mistérios da fé, é a luz que os ilumina. Toda a história da salvação não é senão a história da via e dos meios pelos quais Deus Verdadeiro e Único, Pai, Filho e Espírito Santo se revela, reconcilia consigo e une a si os homens que se afastam do pecado.

Batizar todas as pessoas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e fazê-las discípulos de Jesus é conduzi-las ao insondável mistério da Santíssima Trindade que constituiu a missão de Jesus e que os apóstolos devem continuar.

A Trindade é um mistério no sentido estrito, um dos “mistérios escondidos em Deus que não pode ser conhecido se não for revelado do alto” (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 237). Sem dúvida, Deus deixou vestígios de Seu ser Trinitário na obra da criação e Sua revelação ao longo do Antigo Testamento. Mas a intimidade de Seu ser como Santíssima Trindade constitui um mistério inacessível à pura razão e até mesmo à fé de Israel antes da encarnação do Filho de Deus e da missão do Espírito Santo.

Muitas religiões designam Deus como Pai. Ao fazê-lo, a linguagem da fé indica dois aspectos: origem primeira de tudo e autoridade transcendente, e que, ao mesmo tempo, é bondade e solicitude de amor para com todos os filhos. Essa ternura paterna divina pode ser expressa também com a linguagem da maternidade. Os pais são os primeiros representantes de Deus para o homem, mas a falibilidade humana pode desfigurar o rosto da paternidade e da maternidade. Portanto, Deus transcende a paternidade e a maternidade humanas. Ninguém é Pai como Deus o é.

Com efeito, Jesus revelou que Ele é Pai em um sentido inaudito: não somente como Criador, mas o é eternamente em relação a Seu Filho Único que, reciprocamente, só é Filho em relação a Seu Pai: “Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,27b).

O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, revelado pelo Pai e pelo Filho. Antes da Páscoa, Jesus anuncia o envio de outro Paráclito, o Espírito Santo. Em ação desde a criação, depois de haver outrora falado por meio dos profetas, Ele estará agora junto de Seus discípulos e neles, a fim de ensiná-los e conduzi-los à verdade toda inteira (cf. Jo 16,13).

A origem eterna do Espírito Santo revela-se em Sua missão temporal. Ele é enviado aos apóstolos e à Igreja tanto pelo Pai em nome do Filho quanto pelo Filho em pessoa, depois que este tiver voltado para junto do Pai. O envio da pessoa do Espírito Santo, após a glorificação de Jesus, revela em plenitude o Mistério da Santíssima Trindade.

Leia MaisAs palavras de JesusPara onde vamos?O amor é entregaO bem que você faz sem enxergar hoje, você verá um diaPapa pede que Menores Conventuais sigam o exemplo de Santo AntônioNós, cristãos, somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. Mt 28,19), não nos nomes destes, pois há um só Deus: o Pai Todo-Poderoso, Seu Filho Unigênito e o Espírito Santo: a Santíssima Trindade. Portanto, como a própria palavra exprime, nosso batismo significa “mergulho” pleno no mistério da Santíssima Trindade. Batizar todas as pessoas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e fazê-las discípulos de Jesus é conduzi-las ao insondável mistério da Santíssima Trindade que constituiu a missão de Jesus e que os apóstolos devem continuar.

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Escrito por:
Frei Aloísio, Ministro Provincial
Frei Aloísio Oliveira

É Ministro Provincial da Província São Francisco de Assis dos Frades Menores Conventuais e especialista em Sagrada Escritura.

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