Lendo o Evangelho

22° Domingo do Tempo Comum

“Seguir Jesus é pesar como Deus”

Frei Aloísio, Ministro Provincial

Escrito por Frei Aloísio Oliveira

03 SET 2023 - 00H00

A confissão de Cesareia marca um momento muito importante na vida dos discípulos de Jesus. Pedro, em nome de todos, reconhece Jesus como Messias enviado por Deus. Depois do episódio, Jesus declarou que haveria de passar por sofrimentos e perseguições. E, por fim, seria rejeitado e morto pelas lideranças religiosas.

Embora, na Bíblia, muitas vezes a sina dos profetas seja marcada por perseguição e morte, os discípulos não conseguem compreender que Jesus se inclua nesse destino. Para eles, Jesus é o Messias invencível. Por isso, Pedro, novamente representando a todos, rejeita veementemente essa possibilidade ao dizer a Jesus: “Senhor, que isso nunca te aconteça!” Leia MaisQuem é Jesus? Assunção de Maria, aquela que foi elevada ao céuJesus diz: "Coragem! Sou Eu!"

Jesus, porém, reage dizendo-lhe: “Vai para trás de mim, Satanás!”. Esta frase não significa “afasta de mim”, mas equivale a “seja meu seguidor, vindo atrás de mim”. Nesse sentido, a fala de Jesus é uma renovação do chamado que Jesus fez a Pedro e ao demais discípulos, no dia em que os encontrou às margens do Mar da Galileia: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens”. Seguir Jesus que cumpre a vontade de Deus, mesmo quando isso lhe custa provações e perseguições até à morte, significa pensar como Deus. Opor-se a isso é pensar como homem, é ser “satanás” que se coloca sempre contra Deus.

O contexto, portanto, reflete um veemente apelo ao seguimento de Jesus. Somente seguindo Jesus podemos saber quem ele realmente é. O significado de Sua Pessoa só ficará evidente e tangível para nós na história de um relacionamento com Ele. A importância de Cristo para nós será, pois, proporcional ao que lhe dedicarmos ao longo da vida. Como disse Saint-Exupéry: “É o tempo que perdeste com tua rosa que a tornou tão importante”. Quer dizer: a importância da rosa só se revelou ao Pequeno Príncipe na dedicação a ela no decurso do tempo. Sem isso, a pergunta: “O que é a rosa?” permaneceria mera especulação, sem uma resposta.

Escrito por:
Frei Aloísio, Ministro Provincial
Frei Aloísio Oliveira

É Ministro Provincial da Província São Francisco de Assis dos Frades Menores Conventuais e especialista em Sagrada Escritura.

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