Salve, galera!
Como de costume, esse período tão especial da vivência da fé cristã nos convida a fazer uma caminhada mais próxima a Jesus, para celebrarmos a grande festa da vida: a Páscoa da Ressurreição. É comum, durante esse período, sermos convidados para praticarmos penitência, sacrifícios e jejuns. Mais do que tradição, é um período forte para a prática penitencial da Igreja, conforme nos aponta o Catecismo da Igreja Católica. "Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras caritativas e missionárias)" (CIC 1438).
Você deve estar se perguntando o sentido desse termo que pode soar forte: "penitência"... Mas Jesus, em seus ensinamentos, no-los apresenta como o caminho da salvação. "Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo" (Mt 4,17). Fazer a mortificação dos sentidos nos faz lembrar de que Deus é o centro da nossa vida. O Papa Bento XVI, em sua mensagem para a Quaresma do ano de 2013, nos ajuda a entender esse chamado. "A Quaresma, com as indicações que dá tradicionalmente para a vida cristã, convida-nos precisamente a alimentar a fé com uma escuta mais atenta e prolongada da Palavra de Deus e a participação nos Sacramentos e, ao mesmo tempo, a crescer na caridade, no amor a Deus e ao próximo, nomeadamente através do jejum, da penitência e da esmola", escreveu o Santo Padre Emérito.
"Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!", exorta São Paulo (2 Cor 5,20). Nesse sentido, a Quaresma nos oferece, então, esse "tempo favorável" para voltarmos a Deus. Por isso fazemos penitência. Jesus, durante quarenta dias, jejuou e rezou antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo (cf. Lc 4,1-13). Da mesma maneira, a Igreja nos ensina como vencer as tentações de hoje com oração, jejum e penitência.
Vencemos o pecado praticando a virtude oposta a ele, como rezamos na oração de São Francisco:
E essas são boas penitências para a Quaresma. Afinal, em sua homilia de 16 de fevereiro de 2018, o Papa Francisco nos questiona: "Mas que penitência e que jejum quer o Senhor do homem? Com efeito, o risco é 'maquiar' uma prática virtuosa, ser incoerente. E não se trata apenas de 'escolhas alimentares', mas de estilos de vida em relação aos quais se deve ter a humildade e a coerência de reconhecer e corrigir os próprios pecados".
Deixar de comer alguma coisa de que gostamos, por exemplo, é um tipo de privação voluntária que contribui para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade interior. Contudo, o Santo Padre nos explica que o verdadeiro jejum é inseparável de ação. "É o jejum verdadeiro, aquele que engloba a vida de todos os dias. Por isso é necessário: eliminar o vínculo de domínio, desatar as correntes más, pôr fim a qualquer escravidão (...) dividir o pão com o faminto, vestir alguém que vês nu", relata.
Além disso, praticar aquilo que nos convida o período quaresmal não é só nos aproximarmos de Deus, mas também de Maria. O Papa Francisco, em 8 de dezembro de 2020, dia da Solenidade da Imaculada Conceição, após a oração mariana do Angelus, explicou que "as flores de que Ela mais gosta são a oração, a penitência e o coração aberto à graça".
Por isso, façamos uma reflexão sobre esse momento em que somos chamados a abrir os nossos corações. Que possamos ir além e transformar nossa penitência em ação para que o mundo seja um lugar mais fraterno e rico em amor e bondade. Boa Quaresma e até a próxima!
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