Ao abrir a Mensagem de Páscoa Fé e Coragem!, Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo de Santo André, diocese que compreende sete municípios da Grande São Paulo, recorda que nada pode nos separar do amor de Cristo (Rm 8,35), indicando que foi "a força de seu amor divino" que venceu a Cristo venceu a morte. Por isso, é possível ter "a viva esperança de que com Ele venceremos também". "A ressurreição de Cristo é a vitória final sobre o pecado e a morte", reiterou.
Na saudação introdutória, traçando um paralelo com o futebol, o bispo lembrou os fiéis que a solenidade da Páscoa é momento para renovar as promessas feitas por nós e nossos pais no Batismo, da mesma maneira que um jogador de futebol renova o seu passe: "você renova o seu 'passe' na Vigília Pascal, para continuar jogando no time de Cristo Jesus". E convida os fiéis a entregar a próprio vida diante do Círio Pascal que representa Cristo Luz do mundo, "porque Ele já se entregou por você".
No segundo item da carta, "Nossa Nação no seu Calvário social e a pandemia", Dom Pedro recorda que antes da pandemia já vivíamos numa crise mundial e o Covid-19 veio somar-se às ações em curso que fazem crescer a pobreza no mundo. Faz um panorama da fragilidade social, política e econômica brasileira que se manifestam em várias formas de violência. Recorda que a Grande São Paulo, onde nossa diocese se encontra, é o principal centro dos casos de doença e contaminação pelo coronavírus no Brasil. "Todo cuidado é pouco e devemos levar a sério a quarentena que é proposta a todos, e as recomendações da OMS e do Ministério da Saúde", indica. E finaliza qualificando de perversa a discussão que quer contrapor a preservação de vidas à saúde econômica, e faz votos de que a dura realidade de hoje e que virá após passar a pandemia nos mova à conversão pessoal: "melhorai vossos caminhos e vossas obras" (Jr 18,11).
No terceiro ponto da Carta Pastoral, "Firmes na fé e na esperança", Dom Pedro resgata a raiz da esperança cristã e a importância da fé para abrandar o medo. "Neste tempo de incerteza e tristeza (...) Nossa esperança brota da fé, ela é a vitória que vence o mundo (1Jo 5,4). E ensina que a fé vem pela Palavra de Deus que ilumina e enchendo-nos de confiança". A fé cristã, recorda Dom Pedro, nos ensina a crer na vida eterna que começa aqui, justamente quando a praticamos na confiança e entrega a Deus. “(...) por isso, não olhamos para as coisas visíveis, mas para as invisíveis, porque as visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas” (cf. 2Cor 4,18). "Não deixemos que os abrolhos espinhosos e pedras da estrada da vida sufoquem nossa fé. O homem sem fé é o mais pobre dos pobres. Sem ela, o ser humano constrói na areia e marcha para o vazio", atestou o bispo que convidou: "Por isso, nesta Vigília Pascal, convido toda nossa Igreja Particular de Santo André a repetir alto e solene diante do círio pascal luminoso: 'Eu creio Senhor, mas aumenta minha fé' (Mc 9,24). Assim, poderemos orar e sermos ouvidos pois Jesus prometeu: 'Tudo que pedirdes com fé, na oração, recebê-lo-eis' (Mt 21,22). E teremos então a consolação de dizer com o apóstolo Paulo: 'Tudo posso naquele que dá força' (Fl 4,17)".
No quarto ponto, "Lembrem-se dos pobres (Gl 2,10)", convidou os católicos à profecia em palavras e atos de fraternidade e comunhão humana e acentuou a missão de grande importância neste momento "para mitigar a pandemia em especial entre os mais pobres e excluídos presentes nas periferias, como sempre fez". Fez votos de que, por meio do Vicariato da Caridade Social e outros organismos de Igreja, como a Pastoral da Criança, Vicentinos e outras ações sociais, e da iniciativa generosa dos fiéis católicos em particular, sejam aprofundadas a solidariedade e a caridade. Com base na Doutrina Social da Igreja, "deve-se lutar pela vida da pessoa humana e da sociedade. É preciso trabalhar pelo desenvolvimento integral e sustentável, trabalhar por uma economia solidária e inclusiva, trabalhar para que a natureza seja preservada pelo bem da humanidade: 'Libertar os outros das suas escravidões implica certamente cuidar do seu meio ambiente e defendê-lo...'” (Papa Francisco em QA 41).
No quinto ponto, "Olhemos para diante", citando o texto-base da Campanha da Fraternidade, Dom Pedro chama a sairmos maiores desta crise "como Igreja, povo de Deus, como Nação e Humanidade". "O ser humano, que recebe o carinho divino é chamado a cultivar a criação, é também convocado a cuidar com divino carinho da vida em todas as suas formas e expressões. O sentido da vida, nós o encontramos no amor que, entre outros aspectos, se traduz na capacidade de se compadecer e cuidar" (cf. Texto-Base CF/2020 p. 75).
Fez apelos para que não nos conformemos em ser comunidades virtuais após a crise. "A Igreja é o Corpo Místico de Cristo e, portanto, é visível. "Ela é sempre organismo espiritual e visível (cf. LG 8) mesmo quando é Igreja doméstica (cf. LG 11). Todo sacramento deve sinalizar de forma concreta e não somente espiritual. Amemos o ser comunidade, vamos nos reunir novamente com mais fé, ardor e gratidão". Propôs um renascimento dos laços entre todos os fiéis desde os bispos até o último batizado: "Que renasça e floresça entre nós com mais vigor os laços do amor e do perdão (...). Pediu o fim de disputas e competições, que as iniciativas tomadas para que as comunidades se mantenham conectadas sejam valorizadas, que o protagonismo laical seja aproveitado e integrado na missão evangelizadora, que se mantenham materialmente as comunidades, buscando o que é essencial, o que nos une e nos fortifica. Chamou à paz: "As discussões e disputas por grandes temas e pela maneira de exercer as tarefas ministeriais devem cessar. É tempo de cultivarmos a união, a paz, a tolerância e mais que nunca de carregarmos os fardos uns dos outros (Gl 6,2). É tempo de ouvir o que disse Jesus, o mestre do amor, a Pedro: “Coloque sua espada na bainha” (Jo 18,11). E recordou o reencontro entre lágrimas de alegria (Ne 8,9-10_, desejando que o reencontro comunitário, após a pandemia, possa ser comovente e bonito como tal.
O sexto ponto, "A verdade nos libertará e a oração nos ensina o que é a verdade", recorda Jo 8,32, quando Jesus disse: “a verdade vos libertará” e a importância da oração. Dom Pedro reafirmou que "A verdade que nos liberta é a prática das bem-aventuranças que estão no coração do evangelho (cf. Mt 5, 1-12) e que São Paulo entendeu muito bem (cf. 1Cor 13,1-8). A prática das bem-aventuranças se traduzem "nas sete obras de misericórdia corporais e nas sete obras de caridade espirituais que, neste tempo, somos chamados mais que nunca a praticar", ensinou. "Portanto, a verdade não é a verdade do ponto de vista filosófico ou do senso comum, num conceito que favorece a interpretação ao gosto de cada um, conforme o relativismo reinante. Jesus veio dar testemunho da verdade que é Deus, e 'Deus é Amor' (1Jo 4,8). Neste mistério de amor-verdade somente poderemos adentrar na oração. A oração que é o respiro da alma. Por ela nos unimos a Deus e somos iluminados pelo Espírito Santo. Sejamos antes de tudo, e sobretudo uma Igreja orante, neste tempo de crise, para que o Senhor nos liberte de nossas prisões como libertou o apóstolo Pedro (cf. At 12,5)", explicou.
“No amor e na fé encontraremos as forças necessárias para a nossa missão.”
Santa Dulce dos Pobres
No sétimo ponto, "Um voto coletivo", convidou os fiéis a fazer um voto à padroeira da Diocese e apontou o perigo de enfrentarmos uma tragédia em nossa região por ter elevada densidade demográfica. "São perto de dois milhões e setecentas mil pessoas (senso de 2010), ou mais, em um espaço reduzido de 825 km², com aglomerados urbanos. Corremos um grande perigo de termos uma tragédia humanitária, se esta pandemia sair do controle". Neste momento, o bispo convidou os fiéis a pedir a intercessão de Nossa Senhora do Carmo, e chamou-os a fazer uma promessa a Ela de participarmos juntos de sua festa, em 16 de julho, na nossa Catedral, se até lá este perigo tiver passado. Pediu que se reze muitas vezes a primeira invocação conhecida da Igreja à Virgem Maria: “À vossa proteção recorremos, santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita”.Leia MaisDespertar!Quando tudo parece errado...
Na conclusão da Carta Pastoral, o Bispo Diocesano de Santo André desejou que "este momento nos ensine a trilhar o caminho da não violência ativa em nossas relações. Para isso, purifiquemos os nossos corações e mentes". Convidou a investirmos nossas energias mais a querer "saber mais qual é nosso dever que nossos direitos: 'Não devais nada a ninguém a não ser o amor' (Rm 13,8) que é o vínculo da perfeição. Amor que é a dívida que devemos e temos uns com os outros, pois fomos resgatados pelo amor de Cristo. Amor que é serviço humilde como o do Servo Jesus". Com esse ajuste no mindset, será possível vencer esse tempo "dramático (...) Tudo passará e quem permanecer na fé sairá mais purificado e fortalecido, na bem-aventurada esperança que nos anima em Cristo Jesus, luz que veio nos visitar. Esta é a fé que animou Maria Santíssima e os Santos Apóstolos entre eles nosso querido padroeiro Santo André". Recordou as palavras de Santa Dulce dos Pobres: “No amor e na fé encontraremos as forças necessárias para a nossa missão”. E finalizou: "Em nome de Jesus, como servo inútil, mas por misericórdia de Deus Pai e Pastor desta Igreja, permitam-me abençoar a todos e abraçar cada um dizendo: Feliz Páscoa com Fé e Coragem!"
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