Já no dia 4 desse mês, celebramos a maior festa litúrgica da nossa fé: a Páscoa, a Ressurreição de Jesus!
Para a Igreja, o Tempo Pascal é o período que compreende os 50 dias que vão do Domingo da Ressurreição até o Domingo de Pentecostes. Mais profundo que isso, para a liturgia, essa "Cinquentena" é celebrada como uma só festa, com exaltação e alegria, na presença do Cristo Ressuscitado. Exemplo disso, acontece na presença do Círio Pascal, uma grande vela acesa na Vigília Pascal, que simboliza o Senhor Ressuscitado, durante todo o período.
Santo Atanásio (Bispo de Alexandria, no Egito, e Doutor da Igreja) nos ajuda a simplificar que este período de 50 dias deve ser vivenciado como "um grande domingo" de celebração.
Vale lembrar que, antes deste tempo, temos o período da Quaresma, em que a Igreja realiza um verdadeiro retiro cuja vivência da oração e a preparação para a Páscoa do Senhor se tornam ainda mais fortes em toda liturgia.
A Festa da Páscoa, como dissemos no início do texto, não deve ser interpretada como mais uma festa entre as outras que celebramos durante o Ano Litúrgico, mas deve ser definida como "a festa das festas", a "solenidade das solenidades". Isso porque o Tempo Novo da Ressurreição enche de luz todas as celebrações do ano (Cf. Catecismo da Igreja Católica 1168).
Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus "são um acontecimento real, ocorrido na nossa história, mas único; todos os outros acontecimentos da história acontecem uma vez e passam, devorados pelo passado, mas, pelo contrário, o Mistério Pascal de Cristo não fica somente no passado, já que pela Sua morte, Ele destruiu a morte; e tudo o que Cristo é, tudo o que fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade divina, e assim transcende todos os tempos e em todos se torna presente. O acontecimento da cruz e da ressurreição permanece e atrai tudo para a vida" (CIC, 1085).Leia MaisPapa na mensagem de Páscoa: deixar-se contagiar pela esperança de CristoPáscoa de Jesus, nossa LuzComo assim, o dia do chocolate não é na Páscoa?
Celebramos, pois, nossa "primavera espiritual". Cristo venceu a morte e somos chamados a vivenciar não só na comunidade, como também nos nossos corações este vento de vida.
Há pouco mais de um ano, vivemos um período tão atípico que estamos reformulando nossa maneira de ser e de agir. E devemos estar atentos aos desafios que a pandemia nos coloca! Este momento é um convite do Senhor para que possamos superar as dificuldades deste tempo. Em sua homilia do Domingo da Páscoa de 2017, Papa Francisco nos conforta: "Nesta cultura do descartável, na qual o que não serve é descartado, aquela pedra, Jesus, foi descartada e é fonte de vida. E também nós, pedrinhas pelo chão, nesta terra de dor, de tragédias, com a fé no Cristo Ressuscitado ganhamos um sentido no meio de tanta calamidade (...) As pedrinhas que acreditam e se apegam àquela pedra não são descartadas, ganham um sentido e com este sentimento a Igreja repete do fundo do coração: 'Cristo ressuscitou'".
"Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus" (Col 3,1). Por isso, busquemos as "coisas do alto"! Não fiquemos confortáveis com a realidade que oprime a vida! Vamos nos colocar à disposição da comunidade para que possamos transformar nosso redor com a paz do Cristo Ressuscitado. E isso se faz nos pequenos gestos. Tornemos nossas atitudes uma oferta de gratidão a Cristo, por todo amor que nos foi dado. Que possamos ser a presença do Ressuscitado também em nossas famílias, transformando nossa oração como dom em meio aos momentos de tribulações.
"Verdadeiramente palavras como indiferença, egoísmo, divisão, esquecimento não são as que queremos ouvir neste tempo", revela Papa Francisco. "Queremos bani-las de todos os tempos! Aquelas parecem prevalecer quando vencem, em nós, o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não tem fim" (Mensagem Urbi et Orbi, Páscoa 2020).
Inspirados nesse sentimento, que possamos ser a diferença no mundo, luz de Cristo Ressuscitado, em todos os ambientes para que a paz e o amor possam ajudar todos a crescerem em fé e fraternidade.
Feliz Páscoa!
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