O segundo domingo do mês de outubro é, para o paraense, data especial e festiva. Realizado na capital do Pará, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré é uma das maiores e mais belas manifestações católicas do mundo. Belém recebe cerca de dois milhões de romeiros anualmente que, de mãos dadas com a Virgem, nossa Mãe, percorrem as ruas de Belém em grande manifestação de amor à Nossa Senhora.
A devoção à Santíssima Virgem teve início após o caboclo Plácido ter encontrado uma pequena imagem de Nossa Senhora às margens do Igarapé Murutucu, onde atualmente ficam os fundos da Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. De acordo com a lenda, Plácido levou a imagem para casa, mas, no dia seguinte, a imagem não estava no local, tendo sido localizada apenas no Igarapé onde havia sido encontrada pela primeira vez. Plácido tentou levá-la outras vezes, mas ela sempre desaparecia e retornava ao local de origem. Entendendo que era o desejo da Virgem permanecer no Igarapé, foi construído ali um pequeno oratório, dando início à devoção. Assim, a imagem original encontrada por Plácido há mais de 300 anos permanece até hoje na Basílica Santuário para devoção dos fiéis.
No segundo domingo de outubro, portanto, uma réplica da imagem encontrada pelo caboclo segue com a procissão que sai da Catedral de Belém até a Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem da Virgem fica exposta para veneração dos fiéis durante a quadra nazarena com duração de 15 dias.
Na procissão, a berlinda que carrega a imagem da Virgem de Nazaré é seguida por romeiros de Belém e do mundo inteiro. A cidade ganha um ar místico todo especial: as casas são enfeitadas, as avenidas ganham cores e o povo sai às ruas. A Virgem que passa recebe as homenagens e alcança todos. O Círio é tido como o Natal do paraense. O tradicional almoço que acontece ao final da procissão com comidas típicas da quadra nazarena, como pato no tucupi e maniçoba, é momento de reunir famílias e celebrar as graças derramadas pela intercessão de Nossa Senhora.
Além da procissão de domingo, o Círio agrega várias outras manifestações de devoção, como a trasladação, romaria fluvial, romaria da juventude e diversas outras peregrinações que ocorrem durante a festividade.
O domingo do Círio começa com a celebração da Santa Missa em frente à Catedral Metropolitana de Belém, a Sé. Ao término da Missa, é iniciada a procissão que percorre as ruas de Belém até a Praça Santuário de Nazaré. A berlinda da Santa é “puxada” por milhares de fiéis promesseiros por uma corda, símbolo da festa nazarena, que, em ato de devoção e amor à Virgem, encabeçam a procissão, levando a imagem de Nossa Senhora até seu destino.
O simbolismo da corda merece destaque especial durante a procissão. Medindo cerca de 400 metros de comprimento, a corda é atrelada à berlinda que leva a Imagem Peregrina e são os promesseiros da corda que conduzem a santa durante o percurso, dando cadência à procissão.
Por sua grandiosidade, o Círio de Nazaré foi registrado, em setembro de 2004, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como patrimônio cultural de natureza imaterial. Título conquistado não só pela Imagem de Nossa Senhora de Nazaré, mas também pelo simbolismo da corda. Mais do que falar do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, o importante é vivê-lo. Estar em Belém nessa data é graça especial para todo católico. Quem tiver a oportunidade, não a deixe passar. É certeza de alimentar a fé e devoção a Nossa Mãe.
Por Marjorie Begot, membro compromissado da Casa da Juventude Comunidade Católica
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