O Frei Sebastião Benito Quaglio (OFMConv) comentou a Primeira Leitura (At 13, 26-33) e o Evangelho de hoje (Jo 14, 1-6).
Frei Sebastião destaca que nós conhecemos o episódio da aparição de Nossa Senhora e gostaria de meditá-lo a partir da festa de hoje.
No Novo Testamento São João nos dá a base bíblica sobre a missão de Nossa Senhora, ele a menciona em três momentos básicos. O prólogo de São João mostra a grandeza de Deus que realizou o mundo inteiro por meio do Seu Filho que é chamado de Verbo ou Palavra, ou seja, Aquele que é a essência de Deus no amor, o mistério de Deus, o Filho.
Com Ele, por Ele e para Ele todas as coisas foram feitas, sem Ele nada daquilo que existe foi feito e o Verbo se encarnou. Quer dizer, esta mulher foi onde esse infinito se tornou uma criança.
Assim como a mãe que educa o Filho, Maria abre a visibilidade da vida pública de Jesus. Olha como esta mãe, do momento que foi escolhida para tal, age como mãe. Vocês que são mães carinhosas e mandonas sabem o que significa o poder de mãe.
Jesus estava em uma festa de casamento que faltou vinho. Nossa Senhora diz a Seu Filho que não tem mais vinho e ele pergunta o que ele tinha a ver com isso, ainda não havia chegado sua hora. Eu não sei, mas eu posso tentar adivinhar o que ela pensou, que o Filho falou o que queria e agora era a vez dela. Chamou o servo e pediu que ele fizesse o que Jesus mandasse. Ou seja, a atitude dela não foi de substituir Seu Filho, ela queria que Ele se manifestasse. A mãe não quer aparecer, quer que o Filho apareça, isso é muito bonito!
Eu não sei qual foi o olhar de Jesus para sua mãe naquele momento, mas Ele realizou o milagre de tornar a água em vinho e era o melhor vinho! Ninguém sabia de onde vinha, apenas os servos que fizeram o trabalho de encher as jarras, este foi o primeiro milagre.
Essa sempre é a atitude de Nossa Senhora. Ela, como mãe, estará sempre medianeira da nossa vida, tenha certeza disso. Mas tem uma coisa, convidaram Jesus e Nossa Senhora, se tivessem convidado só Jesus ia ter o milagre? Não. Só Nossa Senhora? Também não. Convidaram os dois! Portanto na nossa vida temos que fazer o mesmo, dar o nosso lugar a Jesus e à Sua Mãe.
Chegamos ao momento da Cruz, no qual Jesus foi condenado como malfeitor e a mãe do malfeitor é a primeira a ser humilhada, mas ela não teve medo. O acompanhou até a Cruz e permaneceu ao seu lado com o discípulo amado.
Esse momento é a base da Milícia da Imaculada para São Maximiliano Kolbe, Olhar para o crucifixo não é difícil, mas imaginar-se no lugar Dele é impossível. Naquele sofrimento terrível, olhou para a sua mãe e a chamou de mulher. Por que de mulher?
Naturalmente Jesus queria torná-la mãe de novo, dando-lhe como filho a herança da sua Cruz. Olhou para o discípulo amado disse: aqui está a tua mãe. O Evangelista acentua a “mãe de Jesus”, então é Nossa Senhora que marca a missão de Cristo, e este “seu filho” é você, sou eu, somos nós.
Nossa Senhora nunca deixou a Igreja e a humanidade, não sabemos quantas vezes, mas se diz que Nossa Senhora apareceu mais de duas mil vezes durante dois milênios.
Acredito que muitas são verdadeiras, nós conhecemos apenas algumas, como Guadalupe, Lourdes, Fátima, Aparecida e assim por diante. Nossa Senhora foi proclamada e reconhecida como a Mãe da Igreja e hoje queremos senti-la perto.
Olhando para Nossa Senhora de Fátima vamos vê-la presente na história da Igreja, da humanidade e da nossa vida. Nós estamos em um lugar sagrado, isso só existe por causa dela, porque queremos que ela leve todos e todas para Jesus, e pedimos nesse dia dedicado à Fátima, que ela nos proteja e abençoe como abençoou a três crianças: Lúcia, Jacinta e Francisco.
Transcrição Mariana Costa
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