PALAVRAS QUE NÃO PASSAM
PALAVRAS QUE NÃO PASSAM
Padre Zezinho, SCJ
Escrevo porque me pediram. Prestei atenção e vi. Moças, enganadas com a perspectiva de um emprego atendem ao telefone e uma cobra passeia pela mesa. Elas entram em pânico e o público ri. Se aquilo for verdade, e se as moças não forem atrizes contratadas, no dia em que uma delas morrer , ou no dia em que desesperada umas das vítimas matar ou morrer por causa das pegadinhas de quase todos os canais de televisão, quem paga a conta? Vão pedir desculpas dizendo que não imaginavam que a situação chegaria a esse extremo. Como podem ter certeza de que uma das vítimas dessas brincadeiras não vai perder a vida para quem um programa de televisão ganhe audiência? Vale tudo para divertir as pessoas
A moral das maiorias das nações e da maioria das igrejas proíbe que se use cenas como essas sem o consentimento da pessoa. Supostamente as que vimos foram autorizadas pelas vítimas após a devida explicação. Mas e se acontecer de a pessoa morrer de susto? O público vai saber? O canal vai pagar as despesas e arcar com as consequências de terem tirado uma vida por uns segundos de riso?
Falo como telespectador que acredita que aquilo não é forjado e que é real . Se é teatro e as “vítimas” são todas atores e atrizes, tudo bem. Tem lá sua graça. Se são cidadãos comuns que não sabem da pegadinha, em nome da liberdade, dependendo da brincadeira, alguns cidadão estão correndo risco de vida e os que dirigem essas pegadinhas estão correndo o risco de se tornarem assassinos. Perguntem aos médicos o que acontece quando uma pessoa entra em desespero ao ver uma cobra na sua mesa! Nem o coração nem o cérebro das pessoas é igual. Se aquilo é verdade, os autores das pegadinhas estão brincando de roleta russa. Se é como eles dizem , que a vítima não sabe, estão agredindo o direito da pessoa de não ser incomodada. Quero ver o que dirão os diretores de televisão quando acontecer a primeira morte por causa de uma pegadinha.
Mais brasileiros que os outros
Conhece aquelas pessoas ansiosas, impacientes ou sem educação que furam fila, passam no farol vermelho sem dor na consciência? É a lei do brasileiro mais esperto, como chamou o Padre Zezinho
A resposta é não
Se você não aceita a palavra “não” como resposta, aprenda a viver com essas palavras do Padre Zezinho.
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