O Papa Francisco nos ensina muitas coisas e de muitas formas. Por exemplo, no momento de sua eleição, em março de 2013, nos deu um ensinamento ao pedir, em silêncio, a oração dos fiéis sobre o novo Papa. Quando escolheu para si o nome de Francisco, alguns comentaristas acreditavam que era uma clara referência a São Francisco Xavier, missionário jesuíta como o Papa e que evangelizou boa parte da Ásia, no século XVI.
O fato é que o Papa escolheu o nome se recordando mesmo de São Francisco de Assis, que no século XIII proporcionou grandes mudanças na forma como viver a fé. São Francisco de Assis teve atitudes de conversão ao abraçar um leproso, ao despir-se das boas roupas, ao se dedicar à reconstrução de igrejas e ao viver o Evangelho como regra de vida. Nos ensinamentos do Papa Francisco têm destaque duas cartas que atualizam e trazem novas inspirações para a Igreja, a partir da experiência de São Francisco de Assis.
O título dessa encíclica são as primeiras palavras de uma poesia composta por São Francisco, que chamamos de Cântico das Criaturas. Nela, São Francisco louva a Deus e destaca as qualidades da água, do sol, da terra, de diversos elementos da natureza e também da morte. São Francisco chamou todos de irmãos, reconhecendo a mesma filiação divina de todos os seres do mundo.
Na encíclica, publicada em 2015, o Papa recorda a experiência mística de São Francisco e alerta para a importância do cuidado que devemos ter com a criação. No primeiro documento papal dedicado exclusivamente à natureza, Francisco fala da ecologia integral, ressaltando a necessidade de convivermos bem com animais, plantas, pessoas, ambientes. O Papa acentua a importância da justiça na distribuição dos bens da natureza e alerta para os danos da exploração.
O Papa Francisco realizou visita a países de minoria cristã como Turquia e Azerbaijão, e a lugares de sofrimento humano como a ilha italiana de Lampedusa, que é destino de migrantes ilegais, e o Campo de Concentração de Auschwitz.
Inspirado em São Francisco de Assis, o homônimo Papa empreendeu uma série de viagens de diálogo com o Islã. Esteve em 2017 no Egito, e em 2019 no Marrocos e nos Emirados Árabes Unidos. Repetiu o gesto de São Francisco que oito séculos atrás, em meio aos conflitos das Cruzadas, esteve diante do sultão do Egito para anunciar a fé cristã não como paradigma de conquista, mas de paz.
Antes da Encíclica Fratelli Tutti, publicada em 2020, o Papa assinou um documento sobre a fraternidade universal com o Grande Imam da mesquita Al-Azhar, Ahamad al--Tayyib. Como sinal da inspiração de São Francisco e como estímulo à memória, o Papa assinou no túmulo do santo a encíclica intitulada Fratelli Tutti.
O título, que quer dizer irmãos todos, vem de uma das admoestações de São Francisco. A Encíclica trata da fraternidade universal e da amizade social. Chama a atenção para o cuidado com as pessoas que estão “caídas à beira do caminho”, alerta sobre desafios atuais como o desemprego, as polarizações e os mecanismos políticos contraeficientes. O Papa aponta o diálogo e o perdão como caminhos de superação da violência e fala da importância das religiões para a paz no mundo.
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