Este ano de 2023 esta tradição cristã e franciscana completa 800 anos. É tempo de fazer memória. É tempo de celebrar. É tempo de recordar a ternura do Pobrezinho de Assis para com o “Menino de Belém”, como ele gostava de chamar.
A espiritualidade franciscana é uma Espiritualidade da Encarnação. “O Verbo se fez carne e armou sua tenda entre nós” (Jo 1, 14). Francisco deseja recriar, reviver, isto é, contemplar, apalpar, tocar o Verbo encardo na realidade simples do cotidiano com esta motivação: “Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e ver com os próprios olhos como ficou em cima da palha entre o boi e o burro”. Assim como São Francisco extasiado, pasmado, maravilhado diante do Mistério que repousa não é um berço de ouro, mas num cocho de animais eu só posso meditar e rezar com devoção:
No presépio, está a pura simplicidade.
Ó beleza! Ó singeleza! Ó maravilha!
É o amor de um Deus que se fez gente.
Um Deus pequeno, pobre, indefeso e vulnerável.
Um frágil bebê necessitado de cuidados.
Despido de todo poder e glória ele se fez um de nós.
Alguém quer acolher este Deus em seu coração?
O sublime amor deitado na manjedoura
veio visitar e abraçar a humanidade inteira.
Veio trazer a paz, a esperança e a reconciliação
aos homens e mulheres de boa vontade...
Nosso Deus é uma criança que brinca.
Brinca, porque não se encheu de si mesmo,
mas esvaziou-se de tal forma que em seu
rosto resplandece ternura, afeto, bondade, mansidão...
No presépio, está a vida que nasce e renasce
a cada hora, a cada dia, a cada semana, a cada mês
a cada ano... a cada instante...
Ó menino das palhas!
Ó menino de Belém!
Ó Menino de todos os povos!
Comovido diante do teu presépio não tem como não dizer:
Nasça hoje na manjedoura do meu pequeno coração!
Eder Vasconcelos l
Autor do livro “Pedagogia da Ternura”, publicado por Paulinas Editora
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