Por Espiritualidade Em Perfume de Francisco Atualizada em 01 AGO 2024 - 06H08

Perdão de Assis

Experiência da misericórdia

Por Frei Carlos Alberto, OFMCONV

“O amor não é amado!”. Esta afirmação, dita pelas ruas de Assis, nasceu do coração de um homem tomado pela experiência profunda da misericórdia de Deus: São Francisco de Assis. Sabemos que nem sempre foi assim na vida do santo. Por qual razão mudou? Com qual finalidade queria que todos fizessem essa experiência da misericórdia de Deus? Olhando com atenção a sua vida, percebemos o quanto o encontro com o Senhor deu um novo sentido à sua existência.

Lembremos a experiência dolorosa que fez a partir da prisão em Perugia. Quantos pensamentos, sentimentos que vieram em sua mente e em seu coração, a partir dos caminhos que tomou movimentado pelo poder, dinheiro, fama, que o levaram a vivenciar as consequências drásticas da guerra: perdas de amigos, prisão, doenças, traumas. É a partir dessa experiência que pôde experimentar a bondade de Deus, que devolve a vida aos caídos: “Eu também não te condeno. Vá e não peque mais” (Jo 8,11). Esta experiência é explicitada de forma tão humanizadora quando encontrou um leproso em seu caminho. Enfrentando a si mesmo, que repugnava veemente estes “invisíveis” de sua sociedade, desceu de seu cavalo, deu-lhe um abraço e um beijo, e depois proclamou: “Aquilo que me parecia amargo, converteu-se em doçura da alma e do corpo; e em seguida, detive-me por um pouco e saí do mundo”. São Francisco teve consciência que foi o próprio Senhor que o conduziu aos leprosos, para iniciar uma nova vida.

A partir das experiências tão profundas do Deus misericordioso, na igrejinha Nossa Senhora dos Anjos na Porciúncula, no ano de 1216, num momento de oração e contemplação viu sobre o altar, rodeados por uma multidão de anjos, Jesus e sua mãe Maria. Perguntaram-lhe o que desejava para a salvação das almas. Imediatamente, pediu que aquele lugar fosse a expressão da misericórdia de Deus e todos que viessem visitar aquela igreja, com o coração arrependido e pedissem perdão de seus pecados, recebessem o perdão, com uma completa remissão de todas as culpas. O Senhor acolheu este pedido, no entanto, indicou que pedisse essa indulgência plenária ao seu vigário na terra, o Papa Honório III, que acolheu com grande alegria.

No Santuário Senhor do Bonfim, em Santo André - SP, sob o cuidado dos Frades Menores Conventuais, assim como no Oratório Imaculada Conceição e Sao Maximiliano Kolbe, sempre no dia 2 de agosto, acolhemos muitos peregrinos que vêm receber a graça de Deus, através da confissão. Paz e bem!

Fonte: O Milite - 379

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