No dia 29 de setembro, celebramos a festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. O Papa Francisco, em uma de suas meditações na Santa Missa celebrada na Casa de Santa Marta, nos exorta que “os três arcanjos estão diante de Deus. São os nossos companheiros porque têm a mesma vocação de levar em frente o mistério da salvação. Adoram a Deus, glorificam a Deus e servem a Deus”. Ou seja, estão nos auxiliando no caminho rumo à santidade, por toda nossa vida.
“A existência dos seres espirituais, não-corporais, a quem a Sagrada Escritura habitualmente chama anjos, é uma verdade de fé (dogma). O testemunho da Escritura é tão claro como a unanimidade da Tradição”, nos revela o Catecismo da Igreja Católica, que complementa “(...) Com todo o seu ser, os anjos são servos e mensageiros de Deus. Pelo fato de contemplarem ‘continuamente o rosto do meu Pai que está nos céus’ (Mt 18,10), eles são ‘os poderosos executores das Suas ordens, sempre atentos à Sua Palavra’ (Sl 103)”.
São João Paulo II, durante a Audiência Geral de 6 de agosto de 1986, explanou sobre a presença dos anjos na Igreja. Segundo ele, “além de sua existência, a fé da Igreja reconhece certas características distintivas da natureza angélica. Seu ser puramente espiritual implica, antes de tudo, sua imaterialidade e imortalidade. Os anjos não têm ‘corpo’ (ainda que, em determinadas circunstâncias, eles se manifestem de forma visível, devido à sua missão em prol dos homens) e, portanto, não se encontram submetidos à lei da corrupção, comum a todo o mundo material”.
A Sagrada Escritura se refere aos anjos empregando nomes pessoais como Rafael, Gabriel e Miguel, mas também nomes coletivos como as qualificações de Serafins, Querubins, Tronos, Potestades, Dominações, Principados, bem como faz uma distinção entre anjos e arcanjos. “Ao levarmos em conta a linguagem analógica e representativa do texto sagrado, podemos deduzir que esses seres-pessoas, quase agrupados em sociedade, se dividem em ordens e graus, respondendo à medida da sua perfeição e às tarefas que lhes são confiadas”, fala São João Paulo II.
Também cada um de nós é acompanhado de perto por um Anjo da Guarda. O Catecismo nos explica que “desde o seu começo até a morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão. Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida. Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus” (CIC 336).
Segundo São Tomás de Aquino, que se aprofundou nos estudos dos anjos, todo o “Coro Angélico” se divide em três hierarquias: A primeira hierarquia se divide em três coros: os Serafins, os Querubins e os Tronos. São os anjos mais próximos de Deus, dedicam-se a amar, adorar e glorificar o Criador, em constante e permanente frequência.
Já a segunda hierarquia se divide nas Dominações, Virtudes e Potestades. São os anjos responsáveis pelos acontecimentos no universo. Eles são encarregados de executar a vontade de Deus e comunicam aqueles projetos aos anjos da terceira hierarquia.
A terceira hierarquia também se divide em três coros: os Principados, os Arcanjos e os Anjos. São os santos anjos mais próximos de nós. Eles executam a vontade do Senhor, conhecem a fundo como nós somos, a fim de poderem nos ajudar. E é nesta hierarquia que estão aqueles que, na Sagrada Escritura, são chamados pelo nome.
O primeiro é o Arcanjo Miguel, líder dos arcanjos, que protege o povo eleito (Dn 10,13), combate contra Satanás (Ap 12,7ss), e no juízo universal intervirá em favor do Povo de Deus (Dn 12,1-2). Além disso, São Miguel auxiliou a alguns santos em sua missão. Miguel tornou-se, também, protetor especial de todos os filhos de Deus, pois a Igreja e o seu povo são herdeiros definitivos das revelações e dos mistérios divinos. Por isso, Miguel Arcanjo assumiu a posição de padroeiro da Igreja Católica.
São Gabriel é o anunciador das revelações divinas. Anunciou o nascimento de João Batista e o nascimento de Jesus. Também explicou ao profeta Daniel como se daria a plena restauração, da volta do exílio ao advento do Messias. Gabriel Arcanjo e seus anjos são os mensageiros das boas notícias, ajudam-nos a dar bom rumo e direção à nossa vida, dão-nos sabedoria. Além disso é o portador da oração mais popular e mais querida do cristianismo: a Ave-Maria, conforme nos relata o Evangelho de Lucas (1,28).
O terceiro Arcanjo é São Rafael. Narrado no Antigo Testamento no livro de Tobias, é o acompanhante do jovem Tobias e o instruiu sobre como recuperar a visão de seu pai. Também o inspirou a casar-se com Sara, a qual curou de uma obsessão. Rafael Arcanjo é o portador da virtude da cura e do dom da transformação.
Com tudo isso, sigamos o convite do Papa Francisco para pedir em oração aos três Arcanjos: “Miguel, ajuda-nos na luta; cada um sabe qual luta tem na própria vida hoje, cada um de nós conhece a luta principal, a que faz arriscar a salvação. Ajuda-nos, Gabriel, traze-nos boas notícias, traze-nos boas novas da salvação, que Jesus está conosco, que Jesus nos salvou e dá-nos esperança. Rafael, leva-nos pela mão e ajuda-nos no caminho para que não erremos a estrada, para que não permaneçamos parados: caminhar sempre, mas ajudados por ti”. Amém.
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