Existe uma grande diferença entre ouvirmos falar sobre um
santo ou ouvirmos “o santo falar”... Damos voz a Padre Kolbe que
nesta segunda parte explica a grande diferença entre o “Gênio e o
Santo” e que nem todos os homens podem ser gênios mas todos, se quiserem, podem se tornar santos.
Substancial diferença entre o gênio e o santo
Entretanto, tem também uma substancial diferença entre um santo e um gênio que não tende à santidade. O sonho deste último é a glória. Por ela, pela aprovação dos homens, ele aperfeiçoa o talento, sacrifica o tempo, explora as próprias capacidades e às vezes suporta sacrifícios muito grandes. Aperfeiçoando-se em uma única direção, descuida frequentemente de aspectos importantíssimos e assim destrói em si mesmo o equilíbrio e a harmonia, e às vezes prejudica também aos outros com a própria desordem. O santo, ao contrário, tem diante dos olhos unicamente a glória de Deus. Não se preocupa com os juízos humanos e se coloca acima deles. Ele subordina convenientemente tanto as faculdades da alma e do corpo, e também o próprio corpo, à razão, e esta por sua vez se submete ao governo de Deus. Por Ele saboreia a paz do vencedor.
Quando se desencadeia uma tempestade e de toda parte caem os raios das zombarias, da maldade e da inveja cheia de ódio; quando a calúnia e o desprezo acometem e os amigos se distanciam ou inclusive unem as suas ofensas às dos inimigos, então o gênio se curva sob o seu peso, se angustia, sofre e se sente infeliz. O santo é superior a tudo isso. Também ele às vezes sente dor, mas logo se aquieta graças à oração e, confiante em Deus, continua seu caminho com serenidade.
Chega uma doença mais grave, a velhice ameaçadora: frequentemente o gênio deixa de ser gênio, as suas faculdades intelectuais enfraquecem; o santo, ao contrário, avança sempre sem se preocupar com o próprio estado de sua saúde ou sua idade, pelo contrário, as doenças e as aflições tornam-se para ele uma escada para uma maior perfeição e em seu fogo ele se purifica, como o ouro.
O vértice da Grandeza do Homem
A hereditariedade de um gênio beneficia a humanidade, mas muito frequentemente também a prejudica. Napoleão era um gênio como comandante, mas quantas lágrimas fez derramar! Quanto sangue espalhou! E no final deixou debilitada a sua própria pátria. Em nossa época as ferrovias, as tipografias, os telégrafos, os telefones etc, em lugar de difundir a cultura, se converteram em difusores de falsidade e de podridão moral. Quantos talentos literários, que merecem compaixão deram uma mão para perturbar a ordem, para distanciar os seus leitores do Criador! Quantas almas de jovens foram envenenadas por livros e revistas ruins!
Um santo passa sempre “fazendo o bem” (conf. Mc 7,37) seguindo o exemplo de Jesus, e em qualquer lugar que vá ele enxerta a verdade e a felicidade, e arrasta, com seu exemplo, para a Bondade incriada.
Nem todas as pessoas podem ser gênios, enquanto que o caminho para a santidade está aberto a todos.
Eis aqui os pontos comuns e as diferenças entre um gênio e um santo; eliminar estas diferenças em nossos compatriotas dotados de grandes talentos, quer dizer preparar a grandeza do homem: um gênio-santo (Escrito 1004).
Bibliografia: GERLANDO LENTINE, Massimiliano Maria Kolbe Senza Limiti, Edizioni Messaggeri de Padova Centro P. Kolbe Carini, 1984
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