“Eu não tenho vontade de morar em outro lugar”, a fala do ribeirinho José da Silva Oliveira é a mesma de Raimunda, Manoel, Maria e de diversas pessoas que vivem à margem do rio Purus e Tapauá, na região sul do estado do Amazonas.
O território é acompanhado pela Cáritas Brasileira, que tem buscado contribuir para que as comunidades tradicionais protejam efetivamente seus territórios, combatendo as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, por meio do programa Amazônia Bem Viver: Comunidades Resilientes.
De um lado, violência contra as populações e a natureza, do outro, a resiliência de uma população que entende a importância de conservar a Amazônia para garantir a sobrevivência da humanidade. “Lutando, plantando e preservando também a natureza”, diz Raimunda de Souza Lima.
Acordo de pesca
Com o objetivo de anunciar boas práticas, o curta produzido pela Cáritas Brasileira vem de encontro com a força comunitária, que é reflexo de organização popular e união. “A nossa intenção foi reverberar esse contexto das comunidades a partir das falas e do olhar das pessoas que conservam a Amazônia, garantindo o protagonismo e que a narrativa fosse contada a partir de quem a vive”, diz Indi Gouveia, da coordenação colegiada nacional.
A partir do ponto de vista da comunidade, o curta celebra o “Acordo de Pesca”, Instrução Normativa SEMA/AM nº 4, de 19 de agosto de 2020, que representa a conquista das comunidades de Foz de Tapauá, Camaruã, Tapauazinho, São Francisco, Caissiã e Catolé pela garantia do enfrentamento à pesca predatória e devastação ambiental por parte de peixeiros que vêm de outras regiões e vulnerabilizam as comunidades do município de Tapauá (AM).
José Roberto Souza da Silva, líder da associação do Acordo de Pesca, conta que a mobilização começou a surgir em 2018. “A comunidade começou a se preocupar e através do Padre Éder ele apresentou o projeto do Acordo de Pesca, que era um meio legal da gente trabalhar e também ter a nossa área para manter a comunidade, os pescadores sobrevivendo desse pescado”, explica.
Padre Éder Carvalho Assunção, pároco e membro da Cáritas Cuxiuara, destacou a importância da iniciativa para a sustentabilidade ecológica e cultural da região. “O acordo de pesca não traz somente segurança alimentar, mas também consciência ecológica e dos direitos da natureza. Estamos todos numa mesma casa comum e precisamos cuidar da vida neste bioma”, afirmou Padre Eder, lembrando a interligação entre a conservação ambiental e o bem-estar das comunidades locais.
Lançamento
A produção “Amazônia, nosso Bem Viver” será lançada nesta sexta-feira (06), às 16h30 – horário do Amazonas | 17h30 – horário de Brasília, nas plataformas virtuais da Cáritas Brasileira.
O curta faz parte das ações do programa Amazônia Bem Viver: Comunidades Resilientes, que é desenvolvido em parceria com a Cáritas Alemanha e conta com o financiamento do Ministério Federal de Cooperação e Desenvolvimento Econômico do Governo Alemão (BMZ).
Mais informações: comunicacao@caritas.org.br
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