Por Núria Coelho Em Brasil

Prefeitura de SP cancela festa de réveillon na Paulista

Evento costuma reunir mais de 1 milhão de pessoas todos os anos na região central de São Paulo. Cancelamento foi anunciado pelo prefeito Bruno Covas

Ricardo Bastos
Ricardo Bastos
Queima de fogos marca a passagem de ano no réveillon da Paulista


O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou nesta sexta-feira (17) que a tradicional festa de réveillon da Avenida Paulista, região central da cidade, não será realizada na virada para 2021 devido à pandemia do coronavírus e o risco ainda alto de transmissão da doença em aglomerações.

"Hoje, a gente anuncia que nós também não teremos o réveillon na Paulista nessa virada de ano de 2020 para 2021. Tanto a prefeitura quanto o governo do estado de São Paulo, os técnicos da vigilância sanitária e do governo do estado entendem muito temerário nós organizarmos um evento para um milhão de pessoas na Avenida Paulista para dezembro deste ano", disse Covas durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Zona Sul de São Paulo.

Covas ressaltou que, apesar das perdas econômicas para a cidade, o importante é a manutenção da saúde da população.

"A área da saúde foi preponderante para que a gente tomasse essa decisão. Não há nenhuma possibilidade de se pensar nesse momento numa festa que reúne 1 milhão de pessoas. Claro que o réveillon na Paulista ajuda o setor de turismo, mas é um evento muito mais para os paulistanos do que para os turistas", afirmou ele.

O coordenador do Centro de Contingência do estado de São Paulo contra o coronavírus, Paulo Menezes, afirmou que a decisão vai ajudar a salvar vidas: "Não é momento para pensar nisso. O Centro de Contingência fica mais tranquilo. Vamos evitar muitas mortes dessa forma, salvando vidas", argumentou.

À espera de vacina

Na última quarta-feira (15), o governador João Doria já tinha mencionado que megaeventos como réveillon e carnaval não deverão ser celebrados diante da pandemia do coronavírus, sem a criação da vacina contra a Covid-19.

"É a maior tragédia da história desse país em qualquer tempo. Não há nada a celebrar, não há nada a comemorar. E muita atenção àqueles que diante de um quadro como esse ainda querem fazer atividades festividades de Ano Novo ou de carnaval. Nós não temos que celebrar nem Ano Novo, nem carnaval diante de uma pandemia.

"Apenas com a vacina pronta e aplicada, e a imunização feita, é que podemos ter celebrações que fazem parte do calendário do país, mas neste momento, não", afirmou Doria, na ocasião.

Nova data para carnaval 2021

O prefeito Bruno Covas também disse nesta sexta-feira (17) que a Prefeitura de SP está dialogando com as escolas de samba para definir uma nova data para a realização do carnaval 2021.

"Nós continuamos a dialogar com as escolas de samba, com outras cidades do Brasil, para tentar tomar uma decisão conjunta em relação a possibilidade de adiamento e qual seria a nova data da realização do carnaval", declarou.

Em relação ao carnaval de rua, Covas disse que os blocos precisam de um período menor para se organizarem do que as escolas de samba que desfilam no sambódromo do Anhembi.

"Algo em torno de 2 ou 3 meses a gente consegue organizar o carnaval de rua. Mas, para a realização do carnaval no sambódromo, pelo menos, 6 meses entre a preparação dos carros alegóricos e os ensaios que as escolas fazem."

Fonte: G1/Globo

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