Morreu neste domingo, 1º de dezembro, na cidade de São Paulo, o padre jesuíta Casimiro Abdon Irala Arguello, 88 anos, fundador do Grupo Oração pela Arte (OPA) e grande incentivador de encontros de jovens em Bauru, onde promoveu inúmeras ações ao longo das últimas décadas.
O religioso estava internado no Hospital Santa Catarina, na Capital, em “grave situação de saúde”, informou o Grupo OPA em nota. “Ele deixa um legado importante na música e liturgia católica, responsável pela reforma nos cantos litúrgicos e na metodologia de evangelização de jovens no País”, informa o texto.
Amor à música como expressão de Deus
O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers destacou o legado do jesuíta:
“O padre Irala músico, compositor, cantor, escritor, educador e pioneiro da canção católica no Brasil, um grande poeta, marcou a nossa história, a história da Evangelização no Brasil. Quem não conhece a belíssima canção de São Francisco em nossas comunidades. É uma herança que ele deixou para todos nós”, ressaltou.
O secretário-geral da CNBB ressaltou que acima de tudo, o padre paraguaio deixa um legado de amor, à música e à arte, e uma proposta de vivência da espiritualidade que encontre na beleza das coisas criadas por Deus as melodias que a própria natureza nos encanta e traz como referência da presença de Deus em nosso meio.
“Ele nos deixa saudades, a ele nossa maior consideração. Que ele lá do céu possa continuar a cantar as belas melodias da perfeição do criador entre nós. Nossos sentimentos e condolências à comunidade dos jesuítas e familiares”, concluiu.
Biografia e trajetória eclesial
O religioso é autor de uma das músicas mais consagradas no meio católico, a “Oração de São Francisco de Assis”, de 1968, que fez parte da trilha sonora da novela “Velho Chico”, da Rede Globo em 2016 e foi interpretada por personalidades como Fagner, Ana Carolina, padre Fábio de Melo e padre Marcelo Rossi.
Nascido na capital do Paraguai, em Assunção, padre Irala chegou ao Brasil em 1966, quando tinha 30 anos, e escolheu São Leopoldo (RS) para estudar teologia. Em entrevista concedida ao JCNET em 2006, ele contou que a vontade de ser sacerdote existia desde sua adolescência, quando, aos 13 anos, tornou-se coroinha.
Seu estilo musical buscava combinar o sentido religioso, com muita arte, descontração e música entre os fiéis nas missas que celebrava. Em função disto, a juventude voltou-se para o seu trabalho. Também é autor de livros e, em 1976, fundou o OPA, grupo que busca exercitar a “comunicação de Deus, que é a graça” por meio de manifestações artísticas como música, poesia e dança.
O corpo de padre Irala será velado a partir de 9h desta segunda-feira (2) na capela da Casa Nossa Senhora da Estrada, na rua Divinópolis, 545, Vila Brasilina, São Paulo. O sepultamento será às 17h no Cemitério Santíssimo Sacramento, na avenida Doutor Arnaldo, 1.200, Sumaré, São Paulo.
Fonte: CNBB News
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