O Papa doou 2500 testes de Covid-19 ao Ministério da Saúde de Gaza, através da Congregação para as Igrejas Orientais. A entrega dos kits, que aconteceu no último dia 17 de junho, foi coordenada pela Delegação Apostólica, pelo Patriarcado Latino de Jerusalém e pela Caritas de Jerusalém. A notícia foi divulgada pelo próprio Patriarcado.
Os kits foram entregues pela Caritas Jerusalém e pelo Pe. Gabriel Romanelli, pároco latino da Sagrada Família em Gaza. A doação faz parte das iniciativas promovidas pelo Fundo de Emergência, desejado pelo Papa Francisco, para ajudar os países mais afetados pela disseminação da Covid-19. Entre eles, a Síria que recebeu 10 ventiladores, outros três foram doados para o Hospital São José em Jerusalém, enquanto os kits com testes de Covid-19 foram enviados ao Hospital da Sagrada Família em Belém.
A doação do Papa faz parte dos muitos “carinhos” com que Francisco se faz presente e próximo: fundos que são um oxigênio para áreas em dificuldade e, depois, respiradores, material médico, kits sanitários que viajam de uma parte do mundo para a outra, do Equador à Romênia, do Brasil à Espanha, a Nápoles e a Lecce. Mas, também, telefonemas que chegam a bispos, comunidades, médicos, enfermeiros que vivem o sofrimento e a dificuldade, tanto nos corredores dos hospitais como nas cúrias ou nas associações de voluntariado na linha de frente. Para cada um, uma palavra ou um gesto e muita gratidão.
Com a propagação do vírus em Gaza, onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas, as autoridades locais de saúde lamentaram a falta de testes para fazer diagnósticos e também solicitaram 100 ventiladores e 140 leitos para as UTIs. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, Gaza registra 72 casos de Covid-19 (15 ainda estão ativos) de um total de 1328 casos nos Territórios Palestinos (dados de 25 de junho).
A baixa porcentagem de pessoas testadas positivas poderia ser um indício da falta de testes realizados. A Caritas de Jerusalém e o Ministério da Saúde de Gaza, como informa o Patriarcado Latino, "prepararam um plano de emergência que prevê, entre outras coisas, a prestação de serviços médicos no Centro da Caritas e a ativação de três equipes médicas móveis para realizar serviço domiciliar no tratamento de pacientes não-Covid-19 durante as 24 horas do dia". Como em Israel, também na Cisjordânia foram registrados novos picos de infecção nas últimas duas semanas: o mais alto em Hebron com 551 casos, seguido de Nablus com 32.
Segundo o Pe. Gabriel Romanelli, pároco latino da Sagrada Família em Gaza, nos Territórios Palestinos "há uma emergência de coronavírus, mas ela está ligada a muitas outras situações”. O sacerdote cita, então, “o bloqueio da fronteira com Israel ou Egito, o fechamento de muitas atividades comerciais, como os restaurantes. Dessa forma, muitas pessoas perderam o emprego e ficaram sem salário. Os professores das nossas escolas não foram demitidos, mas o Patriarcado teve dificuldade em pagar os salários".
O fechamento de Gaza pesa mais do que nunca neste momento, explica o pároco, mas as poucas entradas conseguiram conter o contágio pelo vírus. O Pe. Romanelli acrescenta que todos os casos que tiveram “dizem respeito a pessoas que vieram de fora e que foram imediatamente colocadas em quarentena. Os kits enviados pelo Papa vão nos ajudar a fazer diagnósticos mais precisos e, assim que os recebemos, levamos ao laboratório do Ministério da Saúde. Em toda Gaza, de fato, tem apenas uma máquina que pode fazer as análises".
Fonte: Vatican News
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