Massimiliano Menichetti - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco decidiu autorizar as peregrinações a Medjugorje, que a partir de agora poderão ser oficialmente organizadas por dioceses e paróquias e não mais apenas por particulares. A notícia foi divulgada domingo (12) durante a Missa no Santuário paroquial que se tornou destino de milhões de peregrinos pelo núncio apostólico na Bósnia-Herzegovina, Luigi Pezzuto, e o Arcebispo Henryk Hoser, um visitante apostólico especial da Santa Sé.
Peregrinações não autenticam eventos conhecidos
O diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, especificou que a autorização Papal deve “ser acompanhada de cautela, para evitar que estas peregrinações sejam interpretadas como uma autenticação dos eventos ocorridos, que ainda precisam ser examinados pela Igreja”. Deve-se, portanto, evitar que tais peregrinações criem confusão ou ambiguidade do ponto de vista doutrinal. Isto também vale para os pastores de todas as ordens e graus que pretendem ir a Medjugorje e lá celebrarem ou concelebrarem, inclusive de forma solene”.
Atenção pastoral
“Considerando o significativo fluxo de pessoas que vão a Medjugorje e os abundantes frutos da graça que brotaram - continuou Gisotti - esta disposição faz parte da particular atenção pastoral que o Santo Padre quis dar àquela realidade, destinada a encorajar e promover os frutos do bem”.
O visitador apostólico, concluiu o porta-voz, “terá, deste modo, mais facilidade em estabelecer – em acordo com os ordinários locais - relações com os sacerdotes encarregados de organizar as peregrinações a Medjugorje, pessoas certas e bem preparadas, oferecendo-lhes informações e indicações para que realizem frutuosamente tais peregrinações”.
A decisão do Papa vem um ano depois da nomeação de Dom Hoser, arcebispo emérito de Warszawa-Praga na Polônia, como ‘Visitador Apostólico de caráter especial para a Paróquia de Medjugorje, indefinidamente e ad nutum Sanctae Sedis’, ou seja, à disposição da Santa Sé, em 31 de maio de 2018.
Aparições marianas continuam
Seja a nomeação como o anúncio deste domingo não se inserem, portanto, nas questões doutrinais relativas à autenticidade dos relatos dos seis videntes sobre o ocorrido em Medjugorje em junho de 1981, fenômeno que ainda não está esclarecido. Dos seis videntes, naquela época crianças ou jovens, três asseguram que ainda hoje veem a aparição diária da "Rainha da Paz", sempre à mesma hora da tarde e onde quer que estejam. Uma quarta visionária, afirma receber uma aparição mariana todos os meses, no dia 2, enquanto os dois últimos ex-meninos de Medjugorje ‘veem’ a Virgem uma vez por ano.
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