O Papa Francisco lançou um tuíte nesta segunda-feira (15) por ocasião do Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, instituído pela organização Childhood Cancer International (CCI). O Pontífice pede “que o Senhor inspire cada um de nós a estar próximo de quem sofre, sobretudo das crianças, e a colocar os frágeis em primeiro lugar. Confio a Nossa Senhora os médicos e todas as crianças doentes para que cuide de todos eles com seu afeto de mãe”.
A campanha global é celebrada há 20 anos para conscientizar sobre o câncer infantil e expressar apoio às famílias com pacientes oncológicos pediátricos. Essa doença em crianças é diferente daquela em adultos, dizem os especialistas, justamente porque não existem fatores de risco: enquanto muitos tumores adultos têm sido associados a questões ambientais, ocupacionais ou de estilo de vida – como dieta, álcool e tabagismo, as causas da maioria dos cânceres infantis ainda são desconhecidas.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer do Brasil (Inca), a enfermidade é a primeira causa de morte entre crianças e jovens de 1 a 19 anos. Os três tipos mais comuns em idade pediátrica são representados pelas leucemias, linfomas e tumores cerebrais, ou seja, aqueles do sistema nervoso central. Mas, com diagnóstico precoce, as chances de cura aumentam em até 70%, segundo o Inca.
São resultados sempre mais encorajadores e obtidos com os tratamentos convencionais da quimioterapia, radioterapia e cirurgia, afirma a médica italiana Francesca Del Bufalo, onco-hematologista pediátrica do Hospital Bambino Gesù IRCCS. “Essas são as três formas de terapia convencional, que continuam sendo as principais do tratamento. É muito importante lembrar sempre disso. Se hoje 70% das crianças são curadas é graças ao uso desses tratamentos e graças à otimização e à capacidade de entender de que forma, tempo e combinações o uso dessas abordagens seja mais eficaz para um tumor do que para outro. Dito isto, vivemos em uma época onde há tantos avanços em tratamentos que vêm de uma maior compreensão dessas doenças que oferecem cenários de potenciais melhorias adicionais nesses índices de cura e, com isso, quero dizer diferentes formas de terapia. Certamente uma das revoluções no tratamento em oncologia nos últimos anos é a imunoterapia. É um conjunto de tratamentos que podem ser muito diferentes uns dos outros, mas que estão unidos pela capacidade de ativar o sistema imunológico contra as células cancerosas, o sistema imunológico do próprio paciente e, com essas formas de imunoterapia, houve uma mudança verdadeiramente revolucionária no tratamento de crianças com leucemia aguda que não respondiam mais aos tratamentos convencionais. Tudo isso é uma grande revolução, mas não é só isso. Também graças ao profundo conhecimento dos mecanismos moleculares, ou seja, dos mecanismos genéticos que estão na base de alguns desses tumores. Temos feito muito; a pesquisa certamente está nos ajudando muito e os resultados estão melhorando, mas há muito espaço para mais melhorias no futuro”.
Neste Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, além do Papa Francisco, a médica italiana também deixa a sua mensagem. “O câncer infantil, infelizmente, é uma realidade que nos rodeia, que vivemos. Felizmente é uma realidade rara, porque menos de 2% de todos os diagnósticos de câncer envolvem crianças e pessoas menores de 15 anos, mas é uma realidade que existe e para a qual, felizmente, temos desenvolvido muitas estratégias ao longo dos anos que nos permitiram alcançar excelentes resultados, portanto é uma realidade da qual, felizmente, pode se curar”.
“Devemos continuar trabalhando para que esses resultados alcancem o nosso objetivo que é de curar 100% das crianças, um objetivo que espero que um dia sejamos capazes de alcançar”.
Fonte: Vatican News
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